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19/Feb/2025

Preço do algodão pressionado no mercado interno

Vendedores e compradores do mercado de algodão em pluma seguem em desacordo quanto ao preço e a qualidade dos lotes disponibilizados no spot nacional. Esse cenário vem reduzindo a liquidez e enfraquecendo os valores da pluma. Os vendedores estão focados no cumprimento de contratos a termo e os produtores, nas atividades de campo, aproveitando o clima mais favorável para a colheita da soja e para a semeadura do algodão. Do lado comprador, apenas agentes com necessidade de renovar estoques que estão ativos no spot; outros negociaram a pluma para recebimento nos próximos meses e/ou mesmo para a próxima temporada. Em meio à “queda de braço”, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,40% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,11 por libra-peso. No acumulado do mês, a alta de é de apenas 0,02%. A média da parcial de janeiro, de R$ 4,11 por libra-peso, é 5,3% superior à paridade de exportação.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,89 por libra-peso (68,25 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,90 por libra-peso (68,44 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos seguem firmes, influenciados pelo enfraquecimento do dólar frente a importantes moedas e pelo aumento no valor do petróleo. O vencimento Março/2025 registra valorização de 0,86% nos últimos sete dias, a 67,11 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Maio/2025 tem avanço de 0,89%, a 68,31 centavos de dólar por libra-peso; para Julho/2025, há alta de 0,45%, a 69,11 centavos de dólar por libra-peso, e, para Outubro/2025, de 0,33%, a 69,68 centavos de dólar por libra-peso. Vale ressaltar que, devido ao feriado nos Estados Unidos do Dia do Presidente, não houve pregão na Bolsa de Nova York na segunda-feira (17/02).

Em relatório divulgado no dia 13 de fevereiro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou produção recorde de algodão em pluma na safra 2024/2025, podendo chegar a 3,762 milhões de toneladas, reajuste positivo de 1,67% frente ao relatório anterior e aumento de 1,6% em comparação à temporada 2023/2024. A área cultivada é estimada em 2,037 milhões de hectares, elevação de 1,56% no comparativo mensal e alta de 4,8% com relação à safra 2023/2024. A produtividade nacional é prevista com redução de 3% sobre a temporada anterior, em 1.847 Kg por hectare, com leve reajuste positivo de 0,11% frente ao relatório de janeiro/2025. Esses aumentos nas estimativas estão relacionados às atuais perspectivas da Bahia, em que a Conab previu área cultivada de 389,3 mil hectares em fevereiro, forte incremento de 8,93% frente aos dados do relatório anterior e de 12,5% se comparado à safra 2023/2024.

Assim, a produção também foi impulsionada, subindo 8,92% de um mês para o outro e ficando 9,9% maior que a temporada passada, para 778,1 mil toneladas. A produtividade se manteve estável no comparativo mensal, mas com retração de 2,4% frente à safra anterior, em 1.999 Kg por hectare. No campo, o ritmo de semeadura tem avançado de forma significativa nas últimas duas semanas e caminha para o final. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que 95,17% da área brasileira da safra 2024/2025 havia sido semeada até o dia 13 de fevereiro, avanço significativo frente aos dados da semana anterior, quando estava em 82,66%. Em termos estaduais, em Minas Gerais a atividade chegou a 97% da área; a 96,8% em Goiás; a 95% na Bahia; a 95% em Mato Grosso; e a 89,2% no Piauí.

Em Mato Grosso do Sul, São Paulo, no Paraná e Maranhão, a semeadura já havia sido encerrada nos meses anteriores. Dados divulgados no dia 11 de fevereiro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam a produção mundial de algodão da safra 2024/2025 em 26,228 milhões de toneladas, a maior oferta desde a temporada 2017/2018 (26,482 milhões de toneladas), com elevação de 0,8% frente aos dados de janeiro/2025 e alta de 6,6% em relação aos da temporada 2023/2024. Para o Brasil, especificamente, o USDA reajustou de forma positiva de um mês para o outro (+0,6%) e apontou elevação de 16,7% no volume produzido na temporada 2024/2025, um recorde para o País. O consumo mundial, por sua vez, foi projetado em 25,245 milhões de toneladas, estável frente aos dados do mês anterior e 1% superior aos do mesmo período do ano anterior.

Dessa forma, a oferta deve ficar 3,89% acima da demanda na temporada 2024/2025. As transações mundiais são previstas em 9,247 milhões de toneladas em 2024/2025, estável em relação ao mês anterior e queda frente à safra passada. Nas importações, especificamente, foram feitos reajustes positivos para Bangladesh, Vietnã e Paquistão, e reajustes negativos para a China. A previsão do estoque mundial é de 17,073 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, altas de 0,6% frente às estimativas do mês anterior e de 6,4% em relação à safra 2023/2024. Quanto aos preços, o valor médio pago ao produtor norte-americano na safra 2024/2025 está em 63,50 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 2,31% frente ao estimado em janeiro/2025 (65,00 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.