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13/Feb/2025

Preços do algodão estão firmes no mercado interno

Após terem ficado praticamente estáveis, sem direção definida, na semana passada, os preços do algodão tiveram leve recuperação, tanto no mercado doméstico quanto na Bolsa de Nova York. Saíram alguns lotes para entrega futura, mas a maioria deles só com negociação de basis (diferença entre o preço do algodão no mercado físico e o preço do contrato futuro em Nova York) e negócios on call (sem preço definido no momento da venda). Com preço já fixado, pouca coisa vem sendo efetivada. Já no disponível do algodão, a dificuldade é casar os preços propostos pela ponta compradora com o que quer a ponta vendedora. Nesses casos os preços variam bastante, porque dependem da qualidade da fibra ofertada.

Agentes enfrentam dificuldades em acordar preço e/ou qualidade dos lotes ofertados. No entanto, ao mesmo tempo em que parte dos compradores propõe valores menores para novas aquisições, outros chegaram a pagar mais para atrair vendedores. Em relação à safra futura, do ano de 2025, propostas de compra giravam em torno de 400 pontos de dólar acima da cotação na Bolsa de Nova York, para o preço FOB no Porto de Santos, com prazo de embarque no segundo semestre de 2025. Para a safra 2026, também há propostas que giram em torno de 350 pontos de dólar acima de Nova York, para embarque no segundo semestre de 2026. Apesar de os preços terem andado de lado em Nova York, o cenário ainda é de pressão sobre a fibra, tendo em vista a posição vendida dos fundos especuladores.

Estamos com a maior posição vendida da história desses fundos, tanto se analisarmos o período em que eles estão carregando essa posição vendida quanto o volume, que é o mais alto da história, e isso vinha pressionando o algodão. Quanto ao mercado doméstico da fibra, há poucos lotes disponíveis e, somado a isso, as exportações estão em um ritmo muito acelerado. Em janeiro o Brasil bateu recorde em exportações de algodão, acima das 400 mil toneladas. Na primeira semana de fevereiro, a média diária exportada, de 15.576 toneladas, ficou 14,6% acima da média de fevereiro de 2024, que foi de 13.589 toneladas.

Além disso, estamos vivenciando um atraso no plantio de algodão em Mato Grosso, na safra 2025, o que tem resultado no fortalecimento do basis aqui no Brasil. Assim, com oferta restrita, exportação no spot em ritmo forte e atraso no plantio em Mato Grosso, a diferença do basis começa a diminuir, elevando os preços. O indicador Cepea do algodão está em R$ 4,1261 por libra-peso. Em dólar, é de US$ 71,52 cents por libra-peso. Neste início de fevereiro, o indicador está, em média, 5,3% superior à paridade de exportação. O Brasil deve se firmar novamente como principal exportador de algodão em 2025. Com uma produção que deve ficar em 3,8 milhões de toneladas da fibra, novo recorde, o Brasil terá potencial de vender 2,8 milhões de toneladas de algodão para o exterior.

A disponibilidade da fibra e os preços competitivos contribuem para que o País seja capaz de alcançar este número. Em relação aos Estados Unidos, as tarifas impostas pelo governo Trump serão um importante ponto para as exportações de algodão em 2025. Nos primeiros dias de fevereiro, Trump aplicou tarifas de 10% sobre produtos importados da China, ampliando assim a alíquota e a faixa de produtos já taxados. Com uma guerra comercial entre as duas potências cada vez mais próxima, produtos agrícolas, como o algodão, podem entrar na disputa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.