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12/Feb/2025

Preços do algodão sustentados pelas exportações

As exportações brasileiras de algodão em pluma iniciaram o ano de forma acelerada, alcançando volumes recordes. Diante do amplo excedente da temporada 2023/24, vendedores buscaram cumprir contratos em momentos em que o dólar operava em alta, gerando receitas altas – o montante recebido com os embarques de pluma superou os R$ 4,2 bilhões em janeiro, um recorde. De acordo com a Secex, o valor médio da pluma exportada foi de US$ 0,7756 por libra-peso em janeiro, recuos de 2,6% no comparativo mensal (US$ 0,7963 por libra-peso) e de 11,2% no anual (US$ 0,8734 por libra-peso). No entanto, em moeda nacional, o valor recebido pela pluma exportada ficou em R$ 4,6653 por libra-peso, superando em 12,2% o praticado no mercado interno. Quanto ao volume, em janeiro, foram 415,6 mil toneladas escoadas, um recorde para o mês. Em 12 meses (de fevereiro/24 a janeiro/25), as vendas ultrapassam 2,9 milhões de toneladas, também recordes para esse período.

No mercado doméstico, as negociações estão sendo pontuais neste início de fevereiro, com agentes enfrentando dificuldades em acordar preço e/ou a qualidade dos lotes disponibilizados. No entanto, ao mesmo tempo em que parte dos compradores oferta valores menores para novas aquisições, outros chegaram a pagar mais para atrair vendedores. Nos últimos sete dias, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, avançou 0,71%, fechando a R$ 4,1319 por libra-peso no dia 10. Entre 31 de janeiro e 10 de fevereiro, o Indicador acumula alta de 0,43%. Neste início de fevereiro, o Indicador está, em média, 5,3% superior à paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) recuou 0,3% nos últimos sete dias, passando para R$ 3,8932 por libra-peso (US$ 0,6725 por libra-peso) no porto de Santos (SP) e R$ 3,9037 por libra-peso (US$ 0,6743 por libra-peso) no de Paranaguá (PR). Isso é reflexo da desvalorização de 0,45% do dólar frente ao Real no mesmo período, para R$ 5,789, enquanto o Índice Cotlook A aumentou 0,13% nos últimos sete dias, a US$ 0,7740 por libra-peso.

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), os contratos tiveram alta, influenciados pelo fortalecimento do valor do petróleo e pelo enfraquecimento do dólar, uma vez que ambos tendem a aumentar a procura pela fibra natural norte-americana. Nos últimos sete dias, o vencimento Março/25 se valorizou 0,76%, a US$ 0,6654 por libra-peso; o contrato Maio/25 subiu 0,89%, a US$ 0,6771 por libra-peso; para Julho/25, houve alta de 0,85%, a US$ 0,6880 por libra-peso, para o Outubro/25, houve aumento de 1,12%, a US$ 0,6945 por libra-peso. Dados da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) mostram que 82,6% da área brasileira da safra 2024/2025 havia sido semeada até o dia 6 de fevereiro, avanço significativo frente aos dados da semana anterior, quando estava em 44,1%. Em termos estaduais, em Minas Gerais, a atividade chega a 96% da área; a 90,02% em Goiás; a 88,6% na Bahia; a 86% no Maranhão; a 84,7% no Piauí; e a 80% em Mato Grosso. Em Mato Grosso do Sul, São Paulo e no Paraná, a semeadura já foi encerrada.

Segundo dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de janeiro a dezembro/24, a atividade industrial de “fabricação de tecidos de malha” registrou alta de 7,6% frente à igual período de 2023; o setor de “confecção de artigos do vestuário e acessórios” avançou 4,5%, enquanto o de “fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário” subiu 4,1%; o de “tecelagem, exceto malha” cresceu 6,1% e o de “preparação e fiação de fibras têxteis”, apenas 0,5%. Já o setor de “fabricação de artigos de malharia e tricotagem” registrou retração em 2024 (-15,6%). As negociações de caroço de algodão seguiram limitadas, com aquisições pontuais. Vendedores estão firmes em suas pedidas, diante da oferta restrita neste período de entressafra. Além disso, alguns agentes já mostram interesse pela comercialização do produto da temporada 2024/2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.