12/Feb/2025
O Brasil deve se firmar este ano como o principal exportador de algodão, ficando à frente dos Estados Unidos, segundo projeções da consultoria StoneX. Com uma produção que deve ficar em 3,79 milhões de toneladas da fibra, novo recorde, o Brasil terá potencial de vender 2,8 milhões de toneladas de algodão para o exterior. Embora ainda seja relativamente cedo para estimar com precisão o volume exportado, a disponibilidade da fibra e os preços competitivos contribuem para que o País seja capaz de alcançar este número. Este seria um patamar recorde, sem grandes dificuldades. Em relação aos Estados Unidos, as tarifas impostas pelo governo Trump serão um importante ponto para as exportações de algodão em 2025. Nos primeiros dias de fevereiro, Trump aplicou tarifas de 10% sobre produtos importados da China, ampliando assim a alíquota e a faixa de produtos já taxados.
Com uma guerra comercial entre as duas potências cada vez mais próxima, produtos agrícolas, como o algodão, podem entrar na “linha de fogo". A China, como principal importadora do algodão norte-americano, pode adotar contramedidas e incluir o produto numa cesta de bens taxados. Isso reduziria a atratividade da pluma americana para os compradores chineses. Com isso, apesar de o algodão brasileiro e o dos Estados Unidos serem ofertados no mercado internacional em diferentes períodos do ano, uma guerra comercial entre Estados Unidos e China tende a resultar em perda de competitividade para o mercado norte-americano, favorecendo a posição brasileira no mercado internacional. Em relação à China, há a expectativa de que o país reduza suas importações de algodão este ano. O menor volume de compras ocorreria por causa da safra cheia de algodão chinesa, que diminuirá a necessidade de importação, contribuindo para o cenário de balanço folgado que tem pautado o mercado.
Outro fator interno chinês é a estagnação do setor industrial, fator que desestimularia o consumo doméstico de algodão. Apesar das medidas tomadas pelo Estado chinês para estimular o consumo doméstico, barreiras como a desconfiança do consumidor frente à crise imobiliária e o maior distanciamento da China das cadeias globais de valor - que pautaram o crescimento do país nas últimas décadas - ainda são desafios que devem ser monitorados, podendo prejudicar o desempenho do setor manufatureiro do país. Ao mesmo tempo, países como Bangladesh, Vietnã e Paquistão vêm ganhando participação nas importações de algodão, devendo ser responsáveis, na safra 2024/2025, pela aquisição de 4,3 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.