29/Jan/2025

Os preços do algodão em pluma estão enfraquecidos nos últimos dias tanto no mercado doméstico como no externo. As baixas internas são observadas apesar do maior interesse de indústrias nas compras, visando obter a matéria-prima para atender necessidades imediatas e/ou repor estoques. Agentes também se movimentaram nos acordos de contratos a termo para entrega nas próximas semanas. Esses players encontram vendedores disponibilizando novos lotes no spot e flexíveis nos valores para fechar algumas negociações, o que contribuiu para a pressão sobre as cotações. Os produtores também estão atentos ao avanço do cultivo da nova safra e, consequentemente, ao clima.

As chuvas em Mato Grosso estão reduzindo o ritmo de colheita da soja e a semeadura de algodão da 2ª safra, o que deve prolongar o período de cultivo desta temporada. Esse fato reduz o interesse por contratos de prazo maior, com os vendedores focando na entrega e no cumprimento de contratos já efetivados, seja para o mercado doméstico ou para exportação. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,78% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,08 por libra-peso, o menor valor nominal desde o dia 5 de dezembro de 2024 (R$ 4,04 por libra-peso). Na parcial do mês, o Indicador acumula queda de 2,69%.

No entanto, o Indicador está, em média, 1% superior à paridade de exportação, o que atrai tradings para disponibilizar o produto no mercado interno. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,00 por libra-peso (67,73 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,01 por libra-peso (67,90 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos seguem enfraquecidos, refletindo a retração no valor do petróleo e o receio da imposição de uma tarifa dos Estados Unidos sobre produtos chineses.

Assim, o vencimento Março/2025 registra desvalorização de 0,58% nos últimos sete dias, a 67,27 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Maio/2025 tem baixa de 0,61%, a 68,36 centavos de dólar por libra-peso; para Julho/2025, há queda de 0,43%, a 69,51 centavos de dólar por libra-peso, mas, para Outubro/2025, apresenta aumento de 0,38% nos últimos sete dias, a 69,56 centavos de dólar por libra-peso. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que 42,31% da área brasileira da safra 2024/2025 havia sido semeada até o dia 23 de janeiro. Em Mato Grosso do Sul, a atividade chega a 98% da área; a 90% em Minas Gerais; a 84% em São Paulo; a 84,08% em Goiás; a 78% no Piauí; a 74,9% na Bahia; a 72% no Maranhão; e a 29% em Mato Grosso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.