22/Jan/2025
O amplo excedente doméstico e os bons volumes de contratos a termo têm permitido o avanço dos embarques da pluma neste início de ano. Agentes buscam aproveitar os atuais patamares da taxa de câmbio, para assegurar receita superior à registrada no mercado interno. Enquanto isso, as negociações domésticas seguem em ritmo relativamente lento, com indústrias retomando as atividades, operando com a matéria-prima adquirida anteriormente.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 12 dias úteis de janeiro/2025, o Brasil escoou ao mercado externo 265,6 mil toneladas de algodão, superando em 6,1% o volume de janeiro/2024 (250,3 mil toneladas), mas 24,7% a menos que em todo o mês de dezembro/2024 (352,8 mil toneladas). A atual média diária de exportação está em 22,1 mil toneladas, quase o dobro das 11,4 mil toneladas de janeiro/2024. Se o atual ritmo de embarques continuar até o encerramento deste mês, o volume total pode ultrapassar 480 mil toneladas, um recorde mensal.
O valor médio da pluma exportada está em 77,77 centavos de dólar por libra-peso nesta parcial de janeiro, recuos de 2,3% no comparativo mensal (79,63 centavos de dólar por libra-peso) e de 11% no anual (87,34 centavos de dólar por libra-peso). Em moeda nacional, o valor recebido pela pluma exportada está em R$ 4,73 por libra-peso, superando em 13,7% o praticado no mercado interno neste mês. Nos últimos dias, os vendedores têm disponibilizado novos lotes no mercado doméstico, mas o ritmo de comercialização segue lento, visto que esses agentes ainda preferem a entrega e a realização de contratos a termo e direcionados à exportação.
Do lado dos compradores, somente os que buscaram renovar seus estoques se mostraram mais ativos no spot. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,52% nos últimos sete dias, a R$ 4,15 por libra-peso. Na parcial do mês, o Indicador acumula queda de 0,93%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,06 por libra-peso (67,18 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,07 por libra-peso (67,35 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os preços também estão pressionados, diante do enfraquecimento no valor do petróleo, uma vez que isso pode estimular a demanda por fibras sintéticas e diminuir o interesse pelo algodão. Nos últimos sete dias, o vencimento Março/2025 tem desvalorização de 0,06%, a 67,60 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Maio/2025 registra queda de 0,35%, a 68,63 centavos de dólar por libra-peso; para Julho/2025, a baixa é de 0,44%, a 69,62 centavos de dólar por libra-peso e, para Outubro/2025, queda de 0,52%, a 68,75 centavos de dólar por libra-peso.
No campo brasileiro, dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que 34,65% da área brasileira da safra 2024/2025 havia sido semeada até o dia 16 de janeiro. Em termos estaduais, estimativas apontam que em Mato Grosso do Sul a atividade chega a 94% da área; 89% em Minas Gerais; 84% em São Paulo; 79,88% em Goiás; 77,41% no Piauí; 73,8% na Bahia; 72% no Maranhão; e 19% em Mato Grosso. O Paraná, por sua vez, já encerrou a semeadura. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.