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15/Jan/2025

Preços domésticos do algodão estão pressionados

Os produtores de algodão em pluma estão focados em duas frentes neste início de ano: o cultivo da nova safra e a comercialização do produto colhido e beneficiado em 2024. Esses agentes continuam atentos ao clima no Brasil, especialmente ao excesso de chuvas no Cerrado, e ao mercado externo, visto que os contratos futuros vêm sendo pressionados pela oferta global abundante e por sinais de menor consumo na China, que deve reduzir as importações na temporada 2024/2025 de forma expressiva. Quanto aos preços, estão pressionados no mercado interno, influenciados pelas quedas nas cotações internacionais e pela menor taxa de câmbio, cenário que pressiona a paridade de exportação. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,17 por libra-peso. Na parcial do mês, o Indicador acumula baixa de 0,41%. Os compradores seguem com ritmo lento de aquisições no mercado interno nos últimos dias, uma vez que as indústrias estão retomando suas atividades aos poucos após o período de festas.

Vale destacar que os dados de produção industrial (até novembro de 2024) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram apenas leve recuperação em relação ao mesmo período de 2023. No varejo, dados do IPCA apontam que os preços de roupas subiram pelo quarto ano consecutivo, acumulando alta de 2,16% em 2024, contra +2,03% em 2023. Os contratos na Bolsa de Nova York estão pressionados diante da valorização do dólar frente a uma cesta de moedas e pelos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicando maior produção global da pluma. Nos últimos sete dias, o vencimento Março/2025 apresenta retração de 1,51%, a 67,64 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Maio/2025 registra baixa de 1,36%, a 68,87 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2025 recuo de 1,3%, a 69,93 centavos de dólar por libra-peso, e o Outubro/2025, 0,42%, a 69,11 centavos de dólar por libra-peso.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,19 por libra-peso (68,70 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,20 por libra-peso (68,87 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados nesta terça-feira (14/01) apontaram que a produção nacional de algodão em pluma teve reajuste positivo de apenas 0,13% frente ao relatório anterior, indo para 3,699 milhões de toneladas na safra 2024/2025, quase alcançando o valor da temporada 2023/2024, que foi de 3,701 milhões de toneladas. A área cultivada é estimada em 2,006 milhões de hectares, avanços de 0,14% em relação ao relatório anterior e de 3,2% frente à safra 2023/2024. A produtividade nacional deve recuar 3,1% em comparação à temporada anterior, para 1,845 Kg por hectare. Com a consolidação das exportações de 2024 em 2,77 milhões de toneladas, o estoque final da temporada 2023/2024, em dezembro/2024, é estimado em 2,4 milhões de toneladas.

Somando o estoque com a produção, a disponibilidade interna passa para 6,1 milhões de toneladas. Deste total, 710 mil toneladas seguem previstas para serem consumidas internamente, gerando um excedente recorde de 5,4 milhões de toneladas em 2025. Deste total, a Conab estima que 2,93 milhões de toneladas sejam exportadas, ficando um estoque de 2,46 milhões de toneladas em dezembro/2025. Segundo a Conab, 33,5% da área prevista para o algodão na atual temporada já foi cultivada. Os trabalhos estão finalizados em Mato Grosso do Sul e no Piauí, e alcançam 78% em Goiás, 72% tanto na Bahia quanto no Maranhão, 60% em Minas Gerais e 18,35% em Mato Grosso. Dados divulgados no dia 10 de janeiro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam produção mundial de algodão na safra 2024/2025 em 26 milhões de toneladas, elevação de 1,8% frente aos dados de dezembro/2024 e alta de 5,7% em relação à temporada 2023/2024.

O consumo mundial foi projetado em 25,233 milhões de toneladas, 0,1% acima dos dados de dezembro/2024 e 1,4% superior aos do mesmo período do ano anterior. Dessa forma, a oferta deve ficar 3,1% acima da demanda na temporada 2024/2025. O USDA estima as importações mundiais em 9,24 milhões de toneladas em 2024/2025, altas de 0,5% na comparação mensal e de 10,9% sobre a safra anterior. A China pode importar 1,74 milhão de toneladas, volume 5,9% inferior ao estimado em dezembro/2024 e expressivos 46,6% menor que o da temporada 2023/2024. Do lado das exportações, o USDA aponta que o Brasil deve seguir na liderança e chegar a 2,787 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, 2,4% acima do projetado em dezembro e 4% superior ao volume da safra anterior. Em termos globais, os embarques aumentaram 0,5% no mês, mas caíram 4,8% frente à safra 2023/2024. Dessa forma, a previsão do estoque mundial é de 16,963 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, altas de 2,5% frente às estimativas do mês anterior e de 5,1% em relação à safra 2023/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.