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06/Jan/2025

Brasil se consolida como o maior exportador global

A produção brasileira de algodão em pluma cresceu em 2023/2024 pelo terceiro ano consecutivo, ao passo que a norte-americana caiu. Esse cenário levou o Brasil a se tornar o maior exportador mundial da pluma em 2024, ultrapassando os Estados Unidos, que ocupavam a primeira posição desde a safra 1993/1994. A cotonicultura nacional tem aumentado a área a cada ano, com produtores estimulados pela rentabilidade, pela evolução tecnológica e pelo produto de alta qualidade. Porém, a demanda interna apresenta avanço modesto e os excedentes domésticos crescem a cada ano. Com isso, a sustentação aos valores da pluma vem do mercado internacional. E, ao longo de 2024, apesar de certas oscilações dos preços externos e do câmbio, o valor doméstico da pluma operou em um intervalo relativamente estreito – a mínima do Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, foi de R$ 3,80 por libra-peso e a máxima, de R$ 4,36 por libra-peso.

Em praticamente o ano todo, os preços médios, em termos reais, estiveram abaixo dos registrados em 2023. No balanço, em 2024, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ acumulou alta de 4,8%, fechando em R$ 4,19 por libra-peso em dezembro. A sustentação veio da valorização de 27,6% do dólar frente ao Real, enquanto houve baixa de 12,4% no Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente), para 79 centavos de dólar por libra-peso em 2024. O primeiro vencimento da Bolsa de Nova York (ICE Futures) recuou 15% em 2024. No primeiro trimestre do ano, a cotação interna se sustentou, influenciada pelas fortes valorizações externas. Porém, no segundo trimestre, desvalorizações externas e o interesse vendedor em liquidar o saldo remanescente da safra 2022/2023 pressionaram os valores.

Apesar da entrada da nova safra, no início do terceiro trimestre, os preços se sustentaram, tendo em vista que vendedores priorizaram o cumprimento dos contratos a termo, limitando a oferta da fibra no mercado spot. Nos meses seguintes, as cotações andaram de lado, encontrando certa sustentação em dezembro, diante da elevação da paridade de exportação, por conta da disparada do dólar. A área semeada na safra 2023/2024 foi 16,9% superior à anterior, somando 1,944 milhão de hectares, e a maior desde 1991/1992. A produção da temporada 2023/2024 atingiu 3,7 milhões de toneladas de pluma, crescimento de significativos 16,6% frente à anterior e um recorde. A disponibilidade interna (estoque inicial + produção + importação) chegou a 5,87 milhões de toneladas. O consumo nacional em 2024 foi de 695 mil toneladas.

As exportações ficaram estimadas em 2,85 milhões de toneladas (significativos 76,2% acima das de 2022/2023) e os estoques de passagem em dezembro de 2024, em 2,32 milhões de toneladas. Em 2024, o Brasil exportou 2,67 milhões de toneladas de pluma, 65,2% superior ao total embarcado em 2023 (1,62 milhão de toneladas) e um recorde anual. Quanto aos preços, em dólar, o valor médio na parcial de 2024 foi de 84,33 centavos de dólar por libra-peso. Com a redução na oferta da China, Índia e Estados Unidos, a produção global de 2023/2024 diminuiu 2,9% frente à temporada 2022/2023, totalizando 24,6 milhões de toneladas. O consumo mundial de 2023/2024 foi previsto em 24,892 milhões de toneladas, elevação de 1,5% frente à safra anterior e 1,2% acima da oferta global. A relação estoque/consumo ficou em 64,9% na safra 2023/2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.