18/Dec/2024
À medida que dezembro avança e o recesso de final de ano se aproxima, o ritmo de comercialização de algodão em pluma diminui no mercado spot. Esse cenário, atrelado às desvalorizações externas, tem pressionado as cotações da pluma no Brasil. No geral, os agentes estão focados no carregamento dos lotes de contratos anteriores e em negociações para entregas (aos mercados interno e externo) no início de 2025, envolvendo a pluma da safra 2024/2025. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra baixa de 1,17% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,16 por libra-peso. No entanto, na parcial do mês, a variação é positiva em 2,34%. Na média da parcial de dezembro, o Indicador está 3,8% abaixo da paridade de exportação.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,25 por libra-peso (69,85 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,26 por libra-peso (70,02 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá, com base no Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Março/2024 registra desvalorização de 1,27% nos últimos sete dias, a 69,06 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Maio/2025 tem recuo 1,36%, a 70,22 centavos de dólar por libra-peso; para Julho/2025, há baixa de 1,36%, a 71,27 centavos de dólar por libra-peso, e, para Outubro/2025, de 2,02%, a 69,87 centavos de dólar por libra-peso.
Em relatório divulgado no dia 12 de dezembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a produção nacional de algodão em pluma na safra 2024/2025 em 3,695 milhões de toneladas, reajuste negativo de 0,25% frente ao relatório anterior e retração de 0,2% em comparação à temporada 2023/2024. A área cultivada é estimada em 2,003 milhões de hectares, queda de 0,25% no comparativo mensal, mas ainda aumento de 3% com relação à safra 2023/2024. A produtividade nacional é prevista com redução de 3,1% sobre a temporada anterior, em 1.845 Kg por hectare. No campo, a temporada 2024/2025 já começou a ser semeada. A Conab indica que 12,2% da área havia sido cultivada até o dia 15 de dezembro nos principais Estados produtores, somando 54% da área em Goiás; 45%, em Mato Grosso do Sul; 43%, na Bahia; 38%, em Minas Gerais; 8%, no Piauí; 2,5%, em Mato Grosso; e 1% no Maranhão.
Dados divulgados no dia 10 de dezembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam a produção mundial de algodão da safra 2024/2025 em 25,558 milhões de toneladas, elevação de 1% frente aos dados de novembro/2024 e alta de 3,9% em relação aos da temporada 2023/2024. Vale considerar que a Índia, Brasil e Estados Unidos tiveram reajuste positivo de um mês para o outros. O consumo mundial, por sua vez, foi projetado em 25,211 milhões de toneladas, 0,5% acima dos dados de novembro e 1,3% superior aos do mesmo período do ano anterior. Dessa forma, a oferta deve ficar 1,36% acima da demanda na temporada 2024/2025. A estimativa de importação mundial é de 9,199 milhões de toneladas em 2024/2025, reajuste positivo de 0,2% em relação ao mês anterior, mas ainda queda de 4% frente à safra anterior.
Vale ressaltar que a China teve seu consumo estimado em 8,165 milhões de toneladas, o menor desde 2021/2022, sendo 1,3% inferior aos dados de novembro e 2,6% abaixo dos da safra 2023/2024. Sendo assim, as estimativas de importação chinesa tiveram redução de 5,6% no mês e de expressivos 43,2% na comparação entre as safras, passando para 1,851 milhão de toneladas. Do lado das exportações, o USDA aponta que o Brasil deve seguir na liderança e chegar a 2,772 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, 1,6% acima do projetado em novembro e 1,6% superior ao da safra anterior. Em termos globais, os embarques aumentaram 0,2% no mês, mas caíram 5,3% frente aos da safra 2023/2024. Logo, a previsão do estoque mundial é de 16,551 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, altas de 0,4% frente às estimativas do mês anterior e de 2,5% em relação à safra 2023/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.