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12/Dec/2024

Preços do algodão sustentados no mercado interno

Os ajustes feitos para o algodão no último relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na terça-feira (10/12) foram leves. A produção norte-americana foi revisada para 3,104 milhões de toneladas, com os estoques finais subindo para 958 mil toneladas. O relatório foi de neutro para levemente baixista. No quadro global, houve um aumento nos estoques mundiais devido a uma revisão na produção, mas não foram mudanças expressivas. O mercado precisaria de alguma novidade mais forte para ter uma reação. Os contratos futuros na Bolsa de Nova York reagiram positivamente nesta quarta-feira (11/12). O vencimento março avançou 67 pontos (0,96%), e fechou a 70,15 centavos de dólar por libra-peso. A alta foi impulsionada pela valorização do petróleo, que melhora a competitividade da fibra natural frente à sintética, e pela queda do dólar ante outras moedas. Sem fatores novos que possam impulsionar uma alta significativa, o mercado deve permanecer lateralizado até o início de 2025.

No Brasil, o câmbio mais elevado tem sustentado os preços domésticos. O Indicador Cepea/Esalq, que iniciou dezembro próximo a R$ 4,00 por libra-peso, alcançou R$ 4,20 por libra-peso, acompanhando a valorização do dólar. O Indicador, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 4,18 por libra-peso e acumula alta de 3,03% em dezembro. O movimento cambial elevou a paridade de exportação, fazendo com que os preços internos naturalmente acompanhem para evitar defasagem em relação ao mercado externo. A valorização do dólar também tem estimulado negócios com preços fixados em Reais, tanto para a safra atual quanto para 2024/2025. As tradings conseguiram precificar usando um dólar futuro na faixa de R$ 6,50 e liquidaram em valores cerca de 10% acima do mercado disponível. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização do algodão da safra 2023/2024 em Mato Grosso, maior produtor do País, atingiu 80,75% da produção em dezembro. O volume representa um avanço de 2,33% em relação a novembro, mas está 3,64% abaixo da média dos últimos cinco anos.

Os preços se mantiveram estáveis em novembro, com leve queda de 0,04% em relação a outubro, fechando na média mensal de R$ 133,90 por arroba. Para a safra 2024/2025, a comercialização alcançou 45,61% da produção projetada, um avanço de 3,3% ante outubro, se aproximando do observado na safra 2022/2023. Os preços para a nova safra registraram alta de 0,77% no mês, com média de R$ 139,78 por arroba. As exportações de Mato Grosso em novembro totalizaram 186,80 mil toneladas de pluma, representando 62,37% do total exportado pelo Brasil no período, o maior volume mensal desde o início do ciclo 2023/2024. A China voltou a liderar as compras, com 43,54 mil toneladas, seguida pelo Vietnã com 42,83 mil toneladas. Com o fim do ano, a indústria reduz o ritmo de operações. Muitas empresas já entraram em férias coletivas, o que diminui a liquidez no mercado interno, mas historicamente há uma retomada da demanda em janeiro. Considerando o mercado internacional estável e o dólar próximo ao patamar atual, o mercado interno deve iniciar 2025 com preços fixos e demanda razoável. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.