11/Dec/2024
Enquanto as vendas de algodão em pluma no mercado interno seguem relativamente travadas, os embarques brasileiros atingem recordes. A receita mensal superou os R$ 3 bilhões pela segunda vez na história. Além disso, o preço médio de exportação, em moeda nacional, segue acima do valor de venda no mercado doméstico. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em novembro, foram embarcadas 299,5 mil toneladas de algodão em pluma, superando em 6,6% o volume de outubro e sendo a maior quantidade desde dezembro/2023 (de 351 mil toneladas). A receita gerada foi de US$ 539,8 milhões, o que, ao ser convertida em moeda nacional (pela taxa de câmbio média de novembro, de R$ 5,8052), soma R$ 3,13 bilhões.
Nos últimos 12 meses, as exportações atingiram 2,77 milhões de toneladas, um recorde para esse período. De janeiro até novembro, os principais destinos da pluma brasileira foram China (representando 35% do total), Vietnã (19%), Bangladesh (12%), Paquistão (10%), Turquia (9%) e Indonésia (6%). Com os embarques aquecidos, de janeiro a novembro/2024, as exportações de pluma ocupam o 13º lugar no ranking total dos produtos brasileiros escoados e o quarto lugar considerando-se apenas os do agronegócio. Neste caso, a exportação da pluma representa 6,62% das vendas externas do setor. Em apenas cinco meses (de agosto/2024 até início de dezembro/2024, ou seja, parcial da safra 2024/2025), o volume escoado já se aproxima de 1 milhão de toneladas (919 mil toneladas), o equivalente a 34% da quantidade embarcada no total da temporada 2023/2024.
Quanto aos preços, o valor médio da pluma exportada foi de 81,75 centavos de dólar por libra-peso em novembro, aumento de apenas 0,7% no comparativo mensal (81,18 centavos de dólar por libra-peso), mas recuo de 6,5% no anual (87,46 centavos de dólar por libra-peso). No entanto, o preço das exportações efetivas supera em 20,1% o praticado no mercado interno; aqui foi considerada a média de novembro do Indicador CEPEA/ESALQ à vista, de 68,08 centavos de dólar por libra-peso. Em moeda nacional, a média paga pela pluma exportada está em R$ 4,74 por libra-peso, 19,8% acima da do Indicador, a maior diferença positiva desde julho/2020 (quando esteve em 20,6%). A cotação do algodão em pluma está subindo com maior intensidade neste início de dezembro no mercado doméstico, impulsionada pela posição firme de vendedores, que, por sua vez, estão atentos à valorização do dólar frente ao Real.
Agentes de indústrias ainda seguem afastados do spot nacional, apontando ter estoques para dezembro e sinalizando retorno das compras apenas no início de 2025. Nesse sentido, alguns players também realizam novos contratos a termo, para entrega no decorrer do próximo ano. Vale considerar que novas negociações para exportações também foram captadas pelo Cepea, principalmente diante do atual patamar da moeda norte-americana. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 4,21% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,20 por libra-peso, o maior valor desde o dia 15 de março de 2024, quando chegou em R$ 4,22 por libra-peso. Na parcial do mês, a alta é de 3,54%. Neste início de dezembro, o Indicador está, em média, 5,7% abaixo da paridade de exportação.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,30 por libra-peso (70,83 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,32 por libra-peso (71,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Março/2024 apresenta desvalorização de 2,15% nos últimos sete dias, a 69,95 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Maio/2025 tem baixa de 2,01%, a 71,19 centavos de dólar por libra-peso; para Julho/2025, há queda de 1,79%, a 72,25 centavos de dólar por libra-peso, e, para Outubro/2025, o recuo é de 1,74%, a 71,31 centavos de dólar por libra-peso. Vale considerar que o contrato Dezembro/2024 se encerrou no dia 5 de dezembro, a 72,39 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,31% em relação a 29 de novembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.