26/Nov/2024
Segundo o Itaú BBA, o mercado de algodão no Brasil enfrenta desafios domésticos, apesar da consolidação do País como maior exportador mundial da fibra. O Brasil assumiu a liderança global nos embarques da pluma, superando os Estados Unidos, mas o aumento da disponibilidade doméstica tem mantido os preços internos pressionados, abaixo do mercado internacional. Após valorização em setembro e outubro, os preços do algodão na Bolsa de Nova York recuaram 2,2% na primeira quinzena de novembro, para 70,00 centavos de dólar por libra-peso. No mercado interno, os preços em Mato Grosso, na região de Rondonópolis caíram mais de 1% no mesmo período, para R$ 3,73 por libra-peso.
A desvalorização dos preços reflete o aumento da oferta doméstica, que pressiona o mercado interno. De agosto de 2023 a julho de 2024, o Brasil exportou 2,7 milhões de toneladas de algodão, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), consolidando-se como líder global pelo segundo ano consecutivo. A China foi o principal destino, absorvendo 49% dos embarques, seguida por Vietnã, Bangladesh e Turquia. No entanto, as perspectivas para a safra 2024/2025 indicam problemas na manutenção desse ritmo de exportação, dado o menor apetite chinês.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a China deve reduzir suas importações de algodão em 40%, de 3,3 milhões para 2 milhões de toneladas, devido ao aumento da produção interna, consumo mais fraco e estoques elevados. Diante do menor apetite chinês, será necessária a diversificação dos destinos para que a perspectiva de fortes embarques se concretize. Em Mato Grosso, maior Estado produtor, apenas 41,6% da safra 2024/2025 foi comercializada até agora, abaixo da média de 53,4% dos últimos anos e dos 45,1% registrados no ano passado, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Os preços na média do ano até outubro estão 11% abaixo do mesmo período do ano anterior, o que ajuda a justificar o menor ímpeto de comercialização. As projeções para a produção brasileira seguem positivas. A Companhia nacional de Abastecimento (Conab) e o USDA estimam uma safra de 3,7 milhões de toneladas em 2024/2025, impulsionada por um aumento de 3% na área plantada, para 2 milhões de hectares. A expectativa é de que o Brasil mantenha a liderança nos embarques globais, com exportações previstas entre 2,7 e 2,9 milhões de toneladas.
O balanço global de oferta e demanda de algodão para a safra 2024/2025 aponta aumento de 3% na produção, 1% no consumo e 2% nos estoques finais. Dentre os principais produtores globais, a Índia deve apresentar redução na área, enquanto os Estados Unidos projetam crescimento de 18% na produção, apesar de cortes recentes devido a condições climáticas adversas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.