21/Nov/2024
Os preços do algodão no mercado brasileiro estão pressionados sobretudo pela desvalorização da pluma no mercado internacional. Apesar do recuo dos preços, as negociações no mercado spot nacional continuam em bom ritmo, com compradores adquirindo a pluma para atender necessidades imediatas e para manutenção de estoques. É um movimento sazonal neste período. No entanto, com o dólar acima de R$ 5,75, o movimento está mais intenso. Os produtores estão aproveitando para vender a safra atual e travarem alguns custos com a próxima safra. No mercado internacional, o petróleo deve direcionar o preço da pluma no curto prazo, mas sem alterar os fundamentos, que permanecem baixistas.
A vitória de Donald Trump na eleição nos Estados Unidos e a reação do petróleo podem ser usados pelos traders para especulação. Mas, a demanda permanece baixa, e nada indica que isso vai mudar tão rápido. Mesmo com a pressão nos preços, o Brasil deve renovar recordes de produção e exportação de algodão na safra 2024/2025. O relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para recordes. A área cultivada está estimada em 2,008 milhões de hectares, um crescimento de 3,3% na comparação com a safra 2023/2024. No entanto, a produtividade nacional deve ter uma redução de 3,1%, ficando em 1.845 quilos por hectare.
Com a perspectiva de uma safra volumosa, a necessidade de escoar o excedente deve manter as exportações em níveis recordes, já que o consumo interno tende a apresentar um crescimento ainda tímido na temporada. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou que o custo de produção do algodão em Mato Grosso registrou queda em outubro. O Custo Operacional Efetivo (COE) foi estimado em R$ 13.084,39 por hectare, uma redução de 0,08% em relação ao mês anterior, influenciada pelos menores custos com defensivos (-1,68%) e sementes (-1,21%). Apesar do recuo nos custos, as margens do produtor seguem pressionadas.
O ponto de equilíbrio (PE), considerando o COE e a produtividade média de 118,11 arrobas por hectare projetada para a safra 2024/2025, foi calculado em R$ 110,78 por arroba. O preço médio ponderado da comercialização em outubro ficou em R$ 138,72 por arroba, suficiente para cobrir os custos, mas com redução na margem bruta, que caiu para R$ 396,79 por tonelada (-14,77% em relação a setembro). No acumulado de janeiro a outubro, a comercialização da safra 2024/2025 alcançou 41,57%, um avanço de 8,65% no mês. O mercado tem se ajustado à valorização do dólar e à retração na paridade de exportação do contrato de dezembro de 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.