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14/Nov/2024

Disputa China-EUA não vai alterar preços no Brasil

A possibilidade de uma guerra comercial entre China e Estados Unidos em um segundo mandato do republicano Donald Trump não daria suporte aos preços no mercado brasileiro de algodão. Ao contrário de 2018, quando a disputa gerou ganhos para os produtores brasileiros por meio dos prêmios, os Estados Unidos não são mais os principais exportadores da pluma nem os maiores fornecedores da China. O Brasil tomou essa posição. Além disso, a China se antecipou nos últimos meses, estabelecendo novos fluxos comerciais e garantindo suprimentos de outras origens. Mesmo com novas taxações sobre commodities, não haverá nenhum impacto direto. Os relatórios mais recentes do setor indicam que a China não tem realizado compras no mercado norte-americano há alguns meses, concentrando suas aquisições no Brasil e na Austrália, uma mudança estrutural que torna as cotações menos sensíveis a eventuais disputas comerciais entre China e Estados Unidos. Hoje, a produção e exportação do Brasil superam as dos Estados Unidos.

O mercado de algodão em pluma registrou aumento nas negociações spot nos últimos dias, impulsionado pela demanda de fim de ano, mas os preços continuam pressionados. O Indicador Cepea/Esalq registra recuo de 0,55% nos últimos sete dias, a R$ 3,95 por libra-peso. Na parcial do mês, ainda acumula alta de 0,46%, permanecendo 3,7% abaixo da paridade de exportação. Além das indústrias que buscam repor estoques, as tradings também intensificam as compras, pagando valores mais altos devido ao atual patamar do dólar e ao aumento na paridade de exportação. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o beneficiamento no Brasil atingia no dia 7 de novembro 77,2% da produção. A Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) registrou, até 12 de novembro, negociações de 1,1 milhão de toneladas de pluma da safra 2023/2024, equivalente a 30,1% da produção nacional estimada. Deste total, 48,2% destinam-se ao mercado interno, 41,6% ao externo e 10,2% para contratos flex. Para a safra 2024/2025, foram comercializadas 595 mil toneladas, ou 16,2% da produção prevista.

Em Mato Grosso, principal Estado produtor, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que 78,42% da safra 2023/2024 já foi negociada. O mercado internacional de algodão segue pressionado, com baixa demanda e sem sinalizações de recuperação iminente. A demanda vem sendo revisada para baixo e não há fatores novos que sugiram uma reversão. A procura por algodão, sobretudo pela China, continua fraca. O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 8 de novembro, reduziu a previsão de produção norte-americana para 3,090 milhões de toneladas na safra 2024/2025. As exportações foram ajustadas para baixo, a 2,460 milhões de toneladas. Com isso, os estoques finais dos Estados Unidos subiram para 936 mil toneladas, mesmo com a queda na produção. Seria necessário um fato novo relevante para mudar esse cenário, seja um fator climático, guerra comercial ou algum desdobramento forte que sinalize reversão da demanda. O USDA manteve o preço médio projetado em 66,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.