13/Nov/2024
O ritmo de comercialização envolvendo algodão em pluma apresentou melhora no mercado spot nestes últimos dias, sobretudo devido à demanda mais ativa. Esses agentes buscam novos lotes para atender a programações de final de ano e/ou para repor estoques. Parte desses compradores, contudo, pressiona as cotações da pluma, ofertando preços abaixo dos pedidos por vendedores. Diante disso, os valores médios seguem enfraquecidos. Além de agentes da indústria, tradings também entraram no mercado para novas aquisições, inclusive pagando valores superiores. Estes players disponibilizaram lotes no mercado interno, em sua maioria a preços maiores, diante do atual patamar do dólar, do aumento na paridade de exportação e da elevação da pluma posta no Extremo Oriente.
Do lado vendedor, boa parte continua voltada ao cumprimento dos contratos a termo, que, por sua vez, são direcionados aos mercados interno e externo. No campo, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o beneficiamento no Brasil chegou em 77,2% da produção até o dia 7 de novembro. Isso faz com que cotonicultores capitalizados esperem melhores condições para negociar a fibra. Nesse cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,55% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,95 por libra-peso. Na parcial do mês, o Indicador ainda acumula alta, de 0,46%; em novembro, o Indicador está, em média, 3,7% abaixo da paridade de exportação.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,18 por libra-peso (72,53 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,19 por libra-peso (72,71 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os contratos na Bolsa de Nova York registram leve retração. Nos últimos sete dias, o vencimento Dezembro/2024 tem desvalorização de 0,34%, a 69,69 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2025 apresenta baixa de apenas 0,10%, a 72,20 centavos de dólar por libra-peso; para Maio/2025, o recuo é de 0,28%, a 73,55 centavos de dólar por libra-peso e, para Julho/2025, de 0,33%, a 74,78 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo registros de negócios da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), do total da temporada 2023/2024, foram registradas 1,1 milhão de toneladas de pluma, equivalentes a 30,1% da produção nacional estimada; sendo 48,2% para o mercado interno; 41,6%, para o externo; e 10,2%, para contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Para temporada 2024/2025, 595 mil toneladas foram comercializadas. Assim, ao menos 16,2% da safra brasileira já estaria comprometida, sendo 228,3 mil toneladas para o mercado interno; 294,08 mil toneladas, para o externo; e 72,5 mil toneladas, para contratos flex. Para Mato Grosso, dados divulgados no dia 11 de novembro pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 78,42% da temporada 2023/2024 já foi comercializada no Estado. Para a próxima safra, a comercialização está em 41,57%.
Dados divulgados no dia 8 de novembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam a produção mundial de algodão da safra 2024/2025 em 25,295 milhões de toneladas, redução de 0,4% frente aos dados de outubro, mas ainda com alta de 2,8% em relação aos da temporada 2023/2024. O consumo mundial foi projetado em 25,087 milhões de toneladas, 0,4% abaixo dos dados de outubro/2024, mas 1,2% superior aos do mesmo período do ano anterior. Dessa forma, a oferta deve ficar 0,83% acima da demanda na temporada 2024/2025. A estimativa de importação mundial é de 9,177 milhões de toneladas em 2024/2025, quedas de 0,8% em relação ao mês anterior e de 4,2% frente ao ano anterior. Com destaque para a China, que não teve variação mensal, mas na comparação com a safra 2023/2024 é o único país que apresenta retração em suas importações, de expressivos 39,9%.
Do lado das exportações, o USDA manteve as projeções brasileiras em 2,678 milhões de toneladas na temporada 2024/2025. Para os Estados Unidos, as retrações foram de 1,8% no comparativo mensal e de 3,8% sobre a safra anterior, para 2,46 milhões de toneladas. Em termos globais, as exportações tiveram reajustes negativos de 0,7% no mês e de 5,4% frente à safra 2023/2024. Por fim, a previsão do estoque mundial é de 16,493 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, queda de 0,8% frente às estimativas do mês anterior, mas aumento de 1,6% em relação à safra 2023/2024. Para os preços, de acordo com o USDA, o valor médio pago ao produtor norte-americano na safra 2024/2025 segue estável, em 66,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.