06/Nov/2024
Com o avanço do beneficiamento de pluma no Brasil, que possibilita o cumprimento de contratos, as exportações de algodão seguem ganhando ritmo. O volume embarcado em outubro (dados parciais) deve superar o recorde de fevereiro/2024, atingindo uma nova marca histórica também para o acumulado de 12 meses. Enquanto isso, no mercado físico, as cotações são pressionadas pelo ambiente externo. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na parcial de outubro (até o dia 25), as exportações brasileiras de algodão em pluma somavam 257,2 mil toneladas, podendo chegar ao maior volume do ano (em fevereiro, os embarques foram de 258,2 mil toneladas). Assim, em 12 meses (entre 1º de novembro/2023 e 25 de outubro/2024), são 2,7 milhões de toneladas enviadas ao exterior, um recorde nacional.
Desde junho deste ano, as vendas externas acumuladas em 12 meses superam as dos Estados Unidos, colocando o Brasil como o maior exportador mundial. Entre 1º de novembro de 2023 e 24 de novembro de 2024, os Estados Unidos enviaram 2,39 milhões de toneladas, conforme o Departamento de Agricultura dos estados Unidos (USDA). No geral, os vendedores seguem priorizando os embarques de contratos a termo e realizam novas programações, principalmente para exportação, envolvendo a safra 2023/2024, além do produto que virá na temporada 2024/2025. No mercado interno, os preços da pluma vêm caindo diante da demanda doméstica enfraquecida e da flexibilidade de parte dos vendedores, no intuito de liquidar alguns lotes e/ou captar recurso.
Do lado comprador, as indústrias apontam já estarem abastecidas no curto prazo, realizando novas aquisições pontuais e/ou a fim de repor estoque. Agentes apontam que as vendas dos manufaturados têm apresentado melhora nos últimos meses. Entre 30 de setembro e 31 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 2,14%, fechando a R$ 3,93 por libra-peso no dia 31 de outubro. Especificamente nos últimos sete dias, o Indicador acumula baixa de 0,61%. Em outubro, o Indicador ficou, em média, 3,3% abaixo da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,10 por libra-peso (71,06 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,11 por libra-peso (71,25 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Esse movimento é resultado das valorizações do dólar frente ao Real. Os contratos na Bolsa de Nova York acumularam queda em outubro; o vencimento Dezembro/2024 se desvalorizou 5,49%, a 69,93 centavos de dólar por libra-peso no dia 31 de outubro; o Março/2025 registrou baixa de 4,68%, a 72,27 centavos de dólar por libra-peso; para Maio/2025, o recuo foi de 4%, a 73,76 centavos de dólar por libra-peso; e para Julho/2025, de 3,01%, a 75,03 centavos de dólar por libra-peso. Dados divulgados no dia 1º de novembro pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) indicam a produção mundial da safra 2024/2025 em 25,273 milhões de toneladas, 4,77% superior à de 2023/2024.
O consumo mundial de algodão, por sua vez, foi estimado em 25,404 milhões de toneladas, aumento de 1,7% se comparado ao da safra 2023/2024 e praticamente ajustado com a oferta, apenas 0,52% acima da produção. No entanto, a exportação mundial recuou 2,01% frente à temporada passada, devendo somar 9,673 milhões de toneladas em 2024/2025. O estoque final foi projetado em 18,51 milhões de toneladas, leve baixa de 0,29% em relação à safra 2023/2024. Quanto ao preço da temporada 2024/2025, o Icac aponta média do Índice Cotlook A de 94,00 centavos de dólar por libra-peso, variando de 92,00 a 97,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.