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31/Oct/2024

Preço doméstico do algodão descolado do externo

A diferença de preços entre o mercado interno e o externo é a maior desde março. O descolamento reflete a combinação entre câmbio valorizado em outubro e entrada da safra 2023/2024 no mercado doméstico. Nesta época do ano, o que é comum são os valores no mercado doméstico se alinharem ao cenário global e aos preços de exportação. No cenário internacional, apenas 33% das lavouras norte-americanas estão em boas condições, abaixo da semana anterior, sustentando as cotações externas. Nos Estados Unidos, 52% das lavouras já foram colhidas até o dia 27 de outubro, acima dos 47% no mesmo período do ano passado, mas a oferta de algodão de alta qualidade segue restrita.

O mercado está frágil, mas conseguiu se segurar no patamar de 70,00 centavos de dólar por libra-peso. A demanda mundial segue lateralizada. Os próximos dias serão de pequenas oscilações no mercado. O novo relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em novembro, deve apontar algum direcionamento mais claro. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras somaram 165,9 mil toneladas até a terceira semana de outubro. Embora 26,5% abaixo do volume de 2023, a média diária cresceu 10,25%, atingindo 11,8 mil toneladas. O preço médio da pluma exportada foi de 81,21 centavos de dólar por libra-peso.

Em Reais, o valor alcançou R$ 4,42 por libra-peso, uma média 11,4% superior ao preço praticado no mercado doméstico. Esta diferença reflete tanto o atual momento do câmbio quanto a dinâmica sazonal do setor, quando aumenta a disponibilidade do produto no mercado interno. Segundo o Itaú BBA, o Brasil mantém a liderança nas exportações de algodão em 2024/2025, apesar da queda nas compras pela China. As importações chinesas de algodão brasileiro caíram mais de 50% nos primeiros meses do ano comercial, devido ao aumento da produção doméstica e estoques confortáveis. O Brasil tem redirecionado exportações para Paquistão e Vietnã, compensando parcialmente a demanda reduzida pela China.

O USDA projeta embarques brasileiros em 2,7 milhões de toneladas e produção em 3,7 milhões, crescimento de 15% em relação à última safra. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirma a produção de 3,7 milhões de toneladas, com menor expansão de área. De acordo com o Itaú BBA, a desvalorização do Real frente ao dólar favorece a competitividade do algodão brasileiro. No cenário global, a produção de algodão deve crescer 3%, para 25,4 milhões de toneladas, enquanto o consumo sobe 2%. Nos Estados Unidos, espera-se aumento de 18% na produção, mesmo após o impacto do furacão Helene. A Índia enfrenta uma queda de 7% devido a inundações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.