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31/Oct/2024

Perspectivas para a safra brasileira em 2024/2025

Segundo o Rabobank, a produção brasileira de algodão deve atingir um recorde de 3,7 milhões de toneladas na safra 2024/2025, impulsionada por um aumento de 5% na área plantada, que alcançará 2 milhões de hectares. O aumento se dá em um cenário de preços atrativos, especialmente em relação ao mercado interno, que se manteve estável mesmo com a queda das cotações na Bolsa de Nova York. O Brasil e os Estados Unidos, os dois maiores exportadores globais, ampliaram suas áreas de cultivo, e a safra brasileira será recorde. A expansão da produção nos dois países ocorre em um momento de incertezas na demanda global.

O consumo mundial de algodão, estimado em 25 milhões de toneladas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), pode sofrer com as consequências do desempenho econômico de grandes mercados consumidores, como a China, onde o crescimento econômico está em desaceleração. A expectativa inicial é de um leve aumento no consumo global, mas o cenário macroeconômico pode levar esse crescimento a patamares negativos, elevando os estoques ao final da safra 2024/2025. Para os Estados Unidos, a expectativa é de uma colheita de 3,1 milhões de toneladas, um aumento de 18% em comparação com anos anteriores, quando o país teve problemas climáticos.

Mesmo com o furacão Helene causando impacto nas plantações da Carolina do Norte e da Geórgia, a produção continua em expansão, elevando a concorrência com o algodão brasileiro no mercado internacional. Enquanto os estoques norte-americanos deverão crescer 30%, a oferta recorde brasileira, associada à desvalorização cambial, deve manter a pluma do Brasil competitiva. No cenário interno, a estabilidade nos preços em Reais compensou a volatilidade internacional, e as exportações brasileiras de algodão registraram um aumento de 46% entre agosto de 2023 e julho de 2024, atingindo 2,6 milhões de toneladas, com quase metade do volume destinado à China.

O Brasil consolidou-se como líder nas exportações globais de algodão em 2023/2024 e deve manter essa posição no próximo ciclo, com exportações projetadas em 2,7 milhões de toneladas. Embora a oferta cresça, a demanda global pode não acompanhar. Diante do aumento de oferta e incertezas econômicas, o Rabobank projeta cotações levemente baixistas para o algodão em 2025, especialmente se o consumo de bens têxteis cair em mercados como a China. O cenário macroeconômico e a possível recomposição dos estoques podem pressionar as cotações na Bolsa de Nova York e afetar o mercado interno, caso o Real se valorize. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.