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30/Oct/2024

Preço do algodão pressionado no mercado interno

Assim como típico para esse período do ano, os preços médios do algodão em pluma praticados no mercado brasileiro têm se distanciado dos valores externos, com vantagem para as cotações internacionais. Esse cenário se deve ao crescimento na disponibilidade doméstica, diante do avanço do beneficiamento da pluma da safra 2023/2024. Na parcial de outubro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, está em 70,74 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 1% frente à média do mês passado, o que se deve à valorização na taxa de câmbio no período. Enquanto isso, o Índice Cotlook A avançou 1,8%, para 83,92 centavos de dólar por libra-peso, e o primeiro vencimento da Bolsa de Nova York subiu 1,5%, para 71,91 centavos de dólar por libra-peso. Diante disso, em outubro, a média de preço no Brasil (Indicador em dólar) está 15,7% abaixo da do mercado externo (Índice Cotlook A). Trata-se da maior diferença desde março/2024. Em outubro/2023, a diferença era de 17%. Em relação ao primeiro vencimento da ICE Futures, a diferença nesta parcial de outubro está em 1,6%.

Ressalta-se que esse cenário é verificado após o valor interno ter operado quatro meses acima do praticado nos Estados Unidos. Há um ano, essa diferença chegou a 6,2%, também com preços internos abaixo dos da bolsa norte-americana. De modo geral, entretanto, apesar de muitas vezes agentes sinalizarem discordância quanto à tendência de preços, especialmente em curtos prazos, é importante que se tenha em mente que os padrões sazonais costumam ser mantidos. O alinhamento com o mercado externo é sempre visto. No caso do algodão, a proximidade é com a paridade de exportação, diante do amplo excedente doméstico. Enquanto compradores apostam em possibilidade de quedas nos valores internos, diante das variações externas negativas, os vendedores seguem focados no cumprimento de contratos a termo aos mercados interno e externo, sem flexibilidade nas negociações com compradores. Porém, no meio da semana, foi observada maior movimentação. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumula alta de 2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,99 por libra-peso.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,13 por libra-peso (72,42 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e a R$ 4,14 por libra-peso (72,61 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente a pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Dezembro/2024 registra desvalorização de 2,55% nos últimos sete dias, para 70,36 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2025 apresenta queda de 2,13%, a 72,54 centavos de dólar por libra-peso; para Maio/2025, há retração de 1,85%, a 74,10 centavos de dólar por libra-peso e, para Julho/2025, de 1,64%, a 75,19 centavos de dólar por libra-peso. A pressão vem da valorização do dólar perante uma cesta de moedas e das quedas das cotações do petróleo. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até dia 27 de outubro, haviam sido colhidas 52% das lavouras de algodão norte-americanas, contra de 47% no mesmo período de 2023 e média de 46% nos últimos cinco anos. Das lavouras ainda no campo, 33% estão em condições boas e excelentes; 31%, em média; e 36%, em ruins ou muito ruins.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em 14 dias úteis de outubro, o Brasil escoou ao mercado externo 165,9 mil toneladas de algodão, 26,5% a menos que em todo o mês de outubro/2023 (225,7 mil toneladas). Mesmo assim, a atual média diária de exportação está em 11,8 mil toneladas, 10,25% acima das 10,7 mil toneladas de outubro/2023. O valor médio da pluma exportada está em 81,21 centavos de dólar por libra-peso nesta parcial de outubro, recuo de 0,2% no comparativo mensal (81,39 centavos de dólar por libra-peso) e de 7,2% no anual (87,55 centavos de dólar por libra-peso). No entanto, o preço das exportações efetivas supera o praticado no mercado doméstico (Indicador CEPEA/ESALQ à vista), de 70,74 centavos de dólar por libra-peso. Em moeda nacional, a média paga pela pluma exportada está em R$ 4,42 por libra-peso, 11,4% acima da do Indicador. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.