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30/Oct/2024

Porto de Paranaguá mira nos embarques de algodão

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) espera aumentar os embarques de algodão, em meio a uma diversificação de rotas logísticas da pluma brasileira. Atualmente, as exportações do produto são amplamente dominadas pelo Porto de Santos (SP). Mas, tradings e operadores logísticos vêm avaliando outras possibilidades. Entre os locais que estão movimentando cargas da pluma, buscando ganhar espaço entre os pontos de embarque alternativos ao terminal paulista, estão portos como Itapoá (SC) e Salvador (BA). No Poto de Paranaguá (PR), o TCP não quer ficar para trás nesta tendência. A estratégia de diversificação de rotas de exportação de algodão não é uma escolha. É mandatória. Se não fizer isso, não se exporta algodão, ou se exporta de uma maneira limitada, abaixo do que se prevê de meta. Em todo o ano de 2023, o terminal de Paranaguá embarcou 50,1 mil toneladas de algodão em pluma. De janeiro a agosto de 2024, foram 22 mil toneladas.

Com o Brasil assumindo a liderança mundial das exportações do produto, a administração do local acredita que é possível ganhar espaço no segmento. Nas previsões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as exportações totais de algodão da safra 2024/2025 devem totalizar 2,85 milhões de toneladas. Para a pluma da temporada 2024/2025, a projeção é de 2,86 milhões. Neste cenário, a previsão do TCP é encerrar este ano com crescimento. E manter a tendência nos próximos. Esse projeto do algodão no Porto de Paranaguá foi iniciado a alguns anos atrás. Teve um bom volume no ano passado e a projeção é continuar crescendo ano a ano. Olhando a dinâmica dos terminais e a demanda do mercado, há necessidade de mais players na exportação de algodão. O algodão em pluma chega ao Porto de Paranaguá por caminhões. Nos armazéns da chamada retroárea portuária, o produto é estufado em contêineres para ser exportado, e direcionado para o terminal de embarque nos navios.

Atualmente, a maior parte da pluma exportada pelo TCP é originada em Mato Grosso. A expectativa é de que volumes cada vez maiores “desçam” da Região Centro-oeste, considerando que a cotonicultura do Estado prevê aumento na demanda do exterior. De acordo com dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), as exportações de algodão em pluma do Estado na safra 2023/2024 são estimadas em 1,79 milhão de toneladas, 5,66% a mais que na temporada anterior (1,69 milhão). Para o ciclo 2024/2025, a previsão é de 1,99 milhão de toneladas, 11,16% a mais. A expectativa é chegar a mais de 50% de crescimento no algodão no Porto de Paranaguá. Ao procurar alternativas ao Porto de Santos, a cadeia produtiva do algodão tende a escolher o Porto de Paranaguá, entre outros motivos, por proporcionar um alto volume de frete de retorno, que compensa a operação logística. O caminhão que chega carregado com a pluma retorna ao ponto de origem com fertilizantes, ajudando a diluir o custo da operação.

O Porto de Paranaguá é um dos principais locais de entrada do fertilizante importado pelo Brasil. De janeiro a setembro de 2024, foram 7,84 milhões de toneladas desembarcadas, 11% a mais que no mesmo período em 2023 (7,05 milhões). É o principal produtor em volume de importações no terminal do Paraná. O terminal concentra rotas logísticas para diversos destinos, especialmente o mercado asiático, principal cliente internacional da cotonicultura brasileira. Essa é outra característica que favorece a escolha do local como ponto de embarque da pluma. O Porto de Paranaguá sempre foi muito estratégico para o fluxo de caminhões com fertilizantes, o que torna o frete de retorno ainda mais competitivo. Tendo essa concentração de serviços, facilita para o exportador. O Porto de Paranaguá consegue trabalhar no conceito de ‘one stop shop’, a centralização da logística em um player. Atualmente, o TCP é o segundo maior terminal do Brasil em movimentação de contêineres, atrás apenas de Santos, de acordo com dados estatísticos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

A capacidade estática de armazenagem do local está próxima de 45 mil TEU’s (medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Entre 2022 e 2024, a companhia investiu R$ 370 milhões em melhorias na infraestrutura e compra de equipamentos, seja para algodão ou outras cargas, e concluiu obras de modernização de estruturas, como vias e portões de acesso, monitoramento e fluxo de entrada e saída de caminhões, e na área de ferrovia. A ferrovia, hoje, não entra tanto no algodão, mas é um produto a ser estudado pelo segmento. Existe a possibilidade de, assim como em outros terminais portuários, a ferrovia na exportação de algodão. Em Paranaguá, há o acesso direto ao terminal alfandegado por via férrea. Investimentos em estruturas específicas para movimentar algodão têm sido feitos por parceiros do TCP. São armazéns e retroáreas para recebimento e estufagem de contêineres. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.