16/Oct/2024
Os preços internos do algodão seguem oscilando em um intervalo relativamente estreito. Com cerca de 2/3 da produção deste ano beneficiada, o foco continua sendo o cumprimento de contratos, mantendo baixa a liquidez no spot. Enquanto isso, a boa rentabilidade da cultura vem atraindo produtores, sendo esperado novo crescimento de área para a safra 2024/2025. Assim, os vendedores ativos buscam negociar novos contratos a termo para o médio prazo, bem como envolvendo a pluma da nova temporada, especialmente para o mercado externo. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,56% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,95 por libra-peso. A pressão vem da queda na Bolsa de Nova York. Na parcial de outubro, o Indicador acumula baixa de 1,59%. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até o dia 10 de outubro, 63,67% da safra 2023/2024 havia sido beneficiada no Brasil.
Em termos estaduais, as estimativas apontam para beneficiamento de 85% no Maranhão; de 84% em Minas Gerais e em Mato Grosso do Sul; de 83% na Bahia; de 76,27% em Goiás; de 62% no Piauí; e de 57% em Mato Grosso, principal produtor nacional. Em relatório divulgado nesta terça-feira (15/10), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez a primeira projeção para nova temporada brasileira de grãos, cereais e fibras. A estimativa é que a área nacional de algodão na safra 2024/2025 some 2 milhões de hectares, 2,9% acima da safra 2023/2024. Para a produtividade, é prevista queda de 3,1%, a 1.831 quilos por hectare. Assim, a produção no Brasil ficaria 0,2% abaixo da registrada na temporada 2023/2024, totalizando 3,67 milhões de toneladas. Em Mato Grosso, a previsão de área cultivada é de 1,45 milhão de hectares, aumento de 2,1% frente à safra anterior, e produtividade 3,2% inferior, a 1.805 quilos por hectare.
Com isso, a produção do Estado está estimada em 2,608 milhões de toneladas, retração de 1,2% sobre a temporada 2023/2024. Para a Bahia, a projeção de área é de 357,4 mil hectares e produção de 697,4 mil toneladas na safra 2024/2025, aumentos de respectivos 3,3% e 0,9% em relação à anterior; a produtividade, porém, foi calculada em 1.951 quilos por hectare, 2,3% menor que a da temporada 2023/2024. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,10 por libra-peso (73,50 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,11 por libra-peso (73,69 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente a pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Dezembro/2024 registra desvalorização de 3,4% nos últimos sete dias, para 71,03 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2025 registra queda de 3,21%, a 73,19 centavos de dólar por libra-peso; para Maio/2025, há retração de 2,94%, a 74,64 centavos de dólar por libra-peso, e, para Junho/2025, de 2,58%, a 75,56 centavos de dólar por libra-peso.
O contrato Outubro/2024 está cotado a 72,03 centavos de dólar por libra-peso, com recuo de 2,08% nos últimos sete dias. Dados divulgados no dia 11 de outubro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontaram a produção mundial de algodão da safra 2024/2025 em 25,395 milhões de toneladas, reajuste positivo de 0,2% em relação aos dados de setembro e de 2,6% sobre os da temporada 2023/2024. O consumo mundial se manteve estável frente aos números do mês passado, em 25,199 milhões de toneladas, devendo aumentar 1,7% em relação à temporada anterior e ficando somente 0,77% abaixo da oferta global. O USDA estima as importações mundiais em 9,248 milhões de toneladas em 2024/2025, quedas de 1,2% na comparação mensal e de 3,4% sobre a safra anterior.
A China pode importar 1,96 milhão de toneladas, volume 5,2% inferior ao estimado em setembro/2024 e expressivos 39,9% menor que o da temporada 2023/2024. Do lado das exportações, o USDA reajustou negativamente as transações brasileiras em 1,6% frente aos dados de setembro/2024, com os embarques nacionais devendo cair 0,1% em relação aos da safra 2023/2024. Para os Estados Unidos, as retrações foram de 2,5% no comparativo mensal e de 2,1% sobre a temporada anterior, com vendas projetadas em 2,504 milhões de toneladas na safra 2024/2025. A previsão do estoque mundial é de 16,618 milhões de toneladas em 2024/2025, queda de 0,2% frente aos dados do mês anterior, mas aumento de 1,5% em relação à safra 2023/2024. Quanto aos preços, o valor médio pago ao produtor norte-americano pela safra 2024/2025 segue estável, em 66,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.