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10/Oct/2024

Preço sob influência do câmbio e furacão nos EUA

O mercado de algodão enfrenta um período de forte oscilação internacional, impulsionado por condições climáticas adversas nos Estados Unidos, variações nos preços do petróleo e medidas econômicas da China para estimular o crescimento. A previsão de chegada do furacão Milton na Flórida (EUA), com rota para alguns Estados produtores, gera preocupação com as lavouras, o que pode favorecer as cotações na Bolsa de Nova York. Nesta quarta-feira (09/10), o contrato de dezembro recuou 2 pontos (0,03%), e fechou a 72,25 centavos de dólar por libra-peso. Apesar disso, o mercado demonstrou resiliência, com preços em alta em alguns momentos.

O vencimento de dezembro chegou a subir 40 pontos (0,55%), alcançando 72,67 centavos de dólar por libra-peso, impulsionado por preocupações com o impacto do clima nas lavouras do Texas e do sudeste dos Estados Unidos. Nas últimas semanas, as cotações variaram entre 71,00 e 73,00 centavos de dólar por libra-peso. O câmbio está direcionando os negócios no Brasil. Há muitas vendas de algodão disponível, especialmente para exportação. No mercado futuro, os volumes negociados são pontuais. Os preços internos do algodão em pluma registram alta nos últimos dias. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, tem avanço de 0,77% nos últimos sete dias, a R$ 4,00 por libra-peso. Em dólar, o Indicador está cotado a 72,25 centavos de dólar por libra-peso (-0,15%).

O beneficiamento da safra 2023/2024 já atingiu 59,39% da produção nacional até o dia 3 de outubro, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Mato Grosso do Sul lidera o beneficiamento, com 84%, seguido por Minas Gerais (80%), Bahia (79%), Maranhão (75%), Piauí (57,34%) e Mato Grosso (53%), o principal Estado produtor. Na indústria, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reportou que a fabricação de produtos têxteis cresceu 0,9% em agosto frente a julho, e 5,1% no comparativo anual. Por outro lado, a confecção de vestuário caiu 3,9% no mês, enquanto a produção de tecidos de malha subiu 8,3%.

A indústria têxtil está ativa. Não há grandes compras programadas, mas negócios estão sendo realizados. Em nível global, o Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) projeta uma produção de 25,49 milhões de toneladas para a safra 2024/2025, queda de 0,51% em relação à estimativa anterior. O consumo mundial mantém-se estável em 25,87 milhões de toneladas, e as exportações devem atingir 10,03 milhões de toneladas, alta de 1,56%. No Brasil, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) projetou um aumento de 4,12% na produção de pluma em Mato Grosso para a safra 2024/2025, atingindo 2,77 milhões de toneladas.

Esse volume representa crescimento em relação à safra anterior, estimada em 2,66 milhões de toneladas. A área plantada deve crescer 6,9%, totalizando 1,56 milhão de hectares. Apesar dos preços não estarem elevados, o aumento se deve à maior rentabilidade do algodão frente a outras culturas. A produtividade média esperada para 2024/2025 é de 284,27 arrobas por hectare, uma queda de 2,63% em relação ao ciclo anterior. A demanda pela pluma de Mato Grosso deve crescer 9,71%, alcançando 2,65 milhões de toneladas, com 2 milhões destinadas ao mercado externo, um aumento de 11,16% nas exportações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.