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03/Oct/2024

Preço global do algodão deve ser manter sustentado

O mercado de algodão mantém o foco na possibilidade de novos cortes na produção dos Estados Unidos, conforme sinalizado no último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Essas expectativas, aliadas ao pacote de estímulo econômico da China, devem manter os preços elevados nas próximas semanas. Destaque para a firmeza dos preços do algodão em setembro. Na Bolsa de Nova York, as cotações subiram consistentemente, em especial na segunda quinzena do mês passado. O contrato com vencimento em dezembro, o mais negociado, encerrou o mês de setembro com alta de 5,17%, a 73,56 centavos de dólar por libra-peso. Os fundamentos seguem altistas. A valorização em setembro foi impulsionada pelos cortes na produção norte-americana e pelo impacto de furacões que ameaçaram áreas produtivas, gerando receios de quebra de safra. Isso fez com que os fundos, que mantinham posições vendidas, revertessem parte dessas operações.

A recente decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de reduzir sua taxa principal em 0,5%, para a faixa de 4,75% a 5%, atraiu capital para mercados mais arriscados, como as commodities, reforçando os preços do algodão. Mesmo que o pacote chinês não estimule de imediato a demanda, é um fator que ajuda na sustentação dos preços. No Brasil, o mercado de algodão em pluma se mantém estável, com preços variando entre R$ 3,80 e R$ 4,10 por libra-peso. Em setembro, o Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, encerrou setembro levemente acima dos R$ 4,00 por libra-peso, impulsionado pela demanda doméstica e paridade de exportação. Apesar do avanço da colheita e do beneficiamento, a maior parte do algodão disponível no mercado spot é destinada ao cumprimento de contratos a termo. Entre 30 de agosto e 30 de setembro, o Indicador Cepea/Esalq teve alta de 3,43%. A média mensal de setembro ficou em R$ 3,96 por libra-peso, 0,87% abaixo de agosto e 5,6% menor do que em setembro de 2023, considerando o ajuste pelo IGP-DI.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a cotação do caroço e da torta de algodão em Mato Grosso, maior produtor nacional, subiu 0,28% e 0,39%, respectivamente, nos últimos sete dias, para R$ 592,89 por tonelada e R$ 682,00 por tonelada. O aumento é impulsionado pela maior demanda por subprodutos na alimentação animal devido à seca nas pastagens. O óleo de algodão também tem alta de 2,27% no período, a R$ 4.441,43 por tonelada, devido ao consumo das indústrias de biodiesel. O fortalecimento recente da demanda indica, a curto prazo, uma mudança na dinâmica do mercado. As cotações internas foram influenciadas pelo movimento na Bolsa de Nova York. O mercado no Brasil só não acompanhou de forma mais intensa devido à desvalorização do câmbio. Os produtores brasileiros aproveitam os repiques para fechar negócios para a próxima safra, aumentando a liquidez no mercado e negociando volumes para a safra 2024/2025.

A indústria têxtil mantém um ritmo de compras estável, sem grandes oscilações. A StoneX projeta um aumento de 6,4% na área plantada com algodão em 2024/2025, totalizando 128 mil hectares, com Mato Grosso na liderança, expandindo 7,6% (112 mil hectares). A produção nacional deve atingir um recorde de 3,82 milhões de toneladas. A consultoria alerta sobre possíveis incertezas climáticas e o risco de pragas com novos produtores, embora o manejo brasileiro de algodão possa mitigar tais ameaças. Para a safra 2023/2024, a StoneX revisou a estimativa, apontando um aumento de 50 mil hectares em Mato Grosso, com uma colheita de 3,62 milhões de toneladas. As exportações 2023/2024 permanecem em 2,9 milhões de toneladas, e em 2024/2025 devem alcançar 2,8 milhões, sujeitas à oferta global e demanda das fiações importadoras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.