23/Sep/2024
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, do Ministério da Agricultura e Pecuária, estima que a área plantada com algodão no País em 2024/2025 cresça 7,4% em relação a 2023/2024, e atinja 2,14 milhões de hectares. O levantamento considera os dados indicados pelas associações de produtores estaduais. A produtividade projetada é de 1.859 quilos de algodão beneficiado (pluma) por hectare, o que aponta para produção de 3,97 milhões de toneladas de algodão, 8% maior que a da temporada anterior. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), os números são mais otimistas do que os divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projeta uma produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma, numa área de 2 milhões de hectares, com produtividade esperada de 1.831 quilos por hectare. Para consolidar a previsão, vai depender muito da produtividade, que, por sua vez, está atrelada ao clima.
Por isso, e considerando também o mercado, a recomendação é que o produtor se preocupe muito em reduzir ou otimizar os custos e fazer o melhor possível para aumentar a produtividade, para compensar os preços não tão atrativos no momento. Sobre a temporada 2023/2024, a Abrapa informou área total de 1,99 milhão de hectares, com produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma e produtividade de 1.848 quilos de pluma por hectare, em linha com o levantamento anterior, de junho. O estado de Mato Grosso se manteve como o maior produtor nacional, com 2,67 milhões de toneladas de algodão em pluma, colhidos numa área de 1,47 milhões de hectares, seguido pela Bahia, que colheu 679,8 mil toneladas, em 345,4 mil hectares, e por Mato Grosso do Sul, que registrou produção de 66,6 mil toneladas e área 32 mil hectares. A Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) espera que no próximo ciclo o Brasil continue como o maior exportador global.
A oferta global, marcada por grandes safras no Brasil, Estados Unidos e Austrália, contrasta com uma demanda moderada, especialmente pela redução das importações da China, o maior comprador mundial. A China, que no ciclo anterior representava 50% das exportações brasileiras, agora absorve apenas cerca de 20%, desafiando o setor a buscar novos mercados, como Índia e Egito. Quanto ao mercado interno, a Anea destacou a demanda moderada, e a expectativa é de que o preço se mantenha estável, com possível queda no final do ano devido ao aumento da oferta. De acordo com a Abrapa, de janeiro a julho de 2024, a produção têxtil cresceu 3,6% e a de vestuário 1,3%. No entanto, ao longo de 12 meses, o vestuário ainda apresenta queda de -1,4%. A importação de vestuário subiu 12,9% de janeiro a agosto, e a importação do setor subiu 13,4%. A exportação de têxteis e confeccionados caiu 9,5%, principalmente devido à crise na Argentina, principal mercado do Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.