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19/Sep/2024

Preço do algodão não atrai vendedores no físico

A alta dos preços do algodão na Bolsa de Nova York no início desta semana estimulou negócios no Brasil para exportação. Nesta quarta-feira (18/09), as cotações cederam, com compras da China em volume aquém do esperado. A queda do preço do petróleo também ajudou, ao reduzir a competitividade do algodão em relação às fibras sintéticas. O contrato de dezembro da pluma recuou 89 pontos (1,23%), e fechou a 71,27 centavos por libra-peso. A Souza Lima Cotton citou a alta dos contratos para dezembro, que alcançaram 72,82 centavos por libra-peso no início da semana. Os produtores fecharam contratos para dezembro e início de 2025 com preços mais elevados, direcionados para tradings.

A valorização foi impulsionada pela redução na estimativa da safra dos Estados Unidos, que caiu de 3,29 milhões de toneladas para 3,16 milhões de toneladas, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgados na semana passada. O relatório de oferta e demanda trouxe um cenário otimista do lado da oferta. A tendência é de que o mercado continue oscilando nas próximas semanas. Com a demanda fraca, é difícil sustentar cotações acima de 70,00 centavos de dólar por libra-peso. Os preços do algodão em pluma no mercado doméstico se mantêm praticamente estáveis na parcial de setembro, com leve alta de 0,60%.

A competitividade do algodão brasileiro no mercado interno, que vinha sendo superior à exportação, perdeu força nos últimos dias, com os preços domésticos se aproximando da paridade de exportação, colocando em risco essa vantagem. Os contratos a termo seguem sendo negociados a valores superiores ao mercado spot, especialmente para exportação, fazendo com que os agentes priorizem essas operações. Parte dos compradores tem dificuldade em encontrar lotes que atendam aos critérios de qualidade, mesmo oferecendo preços mais altos.

Em contrapartida, alguns vendedores estão mais flexíveis nas negociações, mas muitos compradores ainda oferecem valores abaixo das expectativas, contribuindo para a lentidão nas transações. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada com algodão na safra 2023/2024 deve atingir 1,944 milhão de hectares, um crescimento de 16,9% em relação à safra anterior. A produtividade, contudo, deve recuar 1,5%, com a produção total estimada em 3,654 milhões de toneladas, alta de 15,1% em comparação ao ciclo anterior. Até 15 de setembro, a colheita do algodão no Brasil atingia 98,5% da área plantada, com Mato Grosso alcançando 99,2%, Goiás 97% e Bahia 95,1%.

Esses números reforçam uma leve recuperação nos preços, mas a oferta doméstica perde competitividade em relação às exportações. O Itaú BBA apontou que o mercado brasileiro de algodão continua sob pressão, com o aumento da oferta interna e a demanda global enfraquecida. Apesar das produtividades positivas, elas ficaram abaixo da média da safra anterior. Destaque também para a fraqueza da demanda global, especialmente com as importações chinesas abaixo do esperado, o que resultou na redução dos prêmios de exportação, refletindo a baixa competitividade do algodão brasileiro no mercado internacional. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) projeta que os custos de produção em Mato Grosso para 2024/2025 devem recuar 2,07%, para R$ 15.881,23 por hectare, principalmente devido à queda nos preços de sementes e corretivos. No entanto, as margens seguem apertadas, diante da volatilidade internacional e dos custos elevados, apesar de uma leve alta estimada de 1,09% no preço médio da pluma. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.