18/Sep/2024
Os preços domésticos, que vinham se apresentando mais vantajosos que os de exportação, se enfraqueceram nos últimos dias. Diante disso, nesta parcial de setembro, o valor médio nacional está equiparado com a paridade de exportação, ou seja, está no “limite” para perder a vantagem frente à venda externa. Quanto ao ritmo de negócios, segue lento, ora pela qualidade dos lotes, ora pela disparidade entre os preços de compra e venda. A pluma de contratos a termo, em sua maioria, segue sendo entregue a valores acima dos praticados no spot nacional, especialmente a destinada à exportação. Nesse cenário, os agentes dão prioridade ao cumprimento desses contratos. Assim como comerciantes, que buscam a pluma para atender a suas programações, esses players também apontam dificuldade em encontrar lotes que supram a qualidade desejada, mesmo estando dispostos a pagar mais. Parte dos vendedores, por sua vez, até está flexível nos valores de negociação, mas muitos compradores ofertam preços ainda menores. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,89% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,90 por libra-peso. Na parcial do mês, o Indicador ainda acumula alta, de 0,51%.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,92 por libra-peso (71,22 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,93 por libra-peso (71,41 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extermo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos estão em alta, impulsionados pela piora na qualidade das lavouras dos Estados Unidos, pelo avanço no valor do petróleo e pela estimativa indicando menor produção norte-americana. O vencimento Outubro/2024 registra valorização de 6,23% nos últimos sete dias, a 71,75 centavos de dólar por libra-peso; para o Dezembro/2024, a alta é de 7,58%, a 72,82 centavos de dólar por libra-peso; para Março/2025, o avanço é de 6,88%, a 74,24 centavos de dólar por libra-peso e, para Maio/2025, +6,29%, a 75,25 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório divulgado no dia 12 de setembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou área nacional na safra 2023/2024 de 1,944 milhão de hectares, 16,9% superior à da temporada passada. Entretanto, a previsão é de diminuição na produtividade de algodão na safra 2023/2024, de 1,5%.
A produção brasileira tende a aumentar cerca de 15,1% em relação à temporada 2022/2023, mantendo o recorde de 3,654 milhões de toneladas. É importante destacar que, entre os relatórios de agosto/2024 e o de setembro/2024, a projeção de produtividade na Bahia passou de 1.934 Kg por hectare para 1.943 Kg por hectare, acréscimo de 0,47%. Com isso, a produção do Estado pode crescer 0,49% frente à safra esperada em agosto/2024 e 7,4% maior que a da temporada 2022/2023, somando 672,3 mil toneladas. A colheita no Brasil chegou em 98,5% até o dia 15 de setembro, somando 99,2% da área cultivada em Mato Grosso; 97% de Goiás; e 95,1% da Bahia. Os demais estados já encerraram a colheita. Também no dia 12 de setembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou a produção mundial da safra 2024/2025 em 25,348 milhões de toneladas, reajuste negativo de 1% em relação aos dados de agosto, mas crescimento de 2,5% frente à temporada 2023/2024. Destaca-se que a produção nacional brasileira de 2024/2025 deve avançar 14,6% em relação à safra 2023/2024. A produção norte-americana também deve crescer 20,3% quando comparada à temporada 2023/2024, mesmo com reajuste negativo de 3,9% frente ao dado de agosto.
O consumo mundial do algodão da safra 2024/2025, mesmo com a retração de 0,4% se comparado ao apontado em agosto, deve aumentar 2,3% frente à temporada anterior, somando 25,201 milhões de toneladas e somente 0,58% abaixo da oferta global. Em relação às importações mundiais, o USDA aponta que devem chegar a 9,36 milhões de toneladas em 2024/2025, quedas de 1,5% na comparação mensal e de 1,7% em relação à safra anterior. As exportações mundiais podem somar 9,360 milhões de toneladas, reduções de 1,3% no comparativo mensal e de 3,8% frente à temporada 2023/2024. Vale considerar que o Brasil segue na liderança das exportações mundiais, com 2,722 milhões de toneladas, e market share de 29%. Com isso, a previsão do estoque mundial é 16,654 milhões de toneladas em 2024/2025, queda de 1,4% frente aos dados do mês anterior, mas aumento de 1,2% em relação à safra 2023/24. Os estoques dos Estados Unidos tiveram reajuste negativo de 11,1% em relação ao mês anterior, mas ainda devem ser 27% maiores que os de 2023/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.