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12/Sep/2024

Preços do algodão pressionados pela fraca demanda

A retração na demanda global por produtos têxteis tende a pressionar as cotações do algodão. A procura por itens de maior valor agregado vem caindo desde 2021 e registra o maior declínio da década. mercado está passando por uma forte retração, especialmente em países consumidores como China, Estados Unidos e Europa. Na Bolsa de Nova York, os contratos futuros de algodão encerraram o pregão desta quarta-feira (11/09) em alta. O vencimento de dezembro subiu 140 pontos (2,05%), cotado a 69,61 centavos de dólar por libra-peso. Embora os preços apresentem movimentos pontuais de alta, sustentados por fatores como a elevação dos preços do petróleo, que reduz a competitividade das fibras sintéticas, o panorama segue baixista. Será necessária uma recuperação econômica e controle da inflação para que a demanda volte a crescer de forma significativa.

Até lá, os preços não devem registrar grandes altas. Além das questões econômicas globais, o cenário geopolítico também exerce influência. Bangladesh, por exemplo, enfrenta restrições políticas que dificultam a importação de algodão, e isso se reflete nos preços. A tendência é de cotações em níveis baixos até o fim do ano, a menos que haja uma quebra relevante na safra dos Estados Unidos, o que é pouco provável. Caso a economia mundial volte a crescer e o PIB dos principais países consumidores se recupere, os preços podem reagir em seis meses a um ano. No entanto, fatores especulativos podem influenciar o mercado, como ciclones no Paquistão e monções na Índia. Além disso, a inflação na Turquia e o controle de cotas de importação na China são variáveis que afetam diretamente o mercado. No Brasil, as cotações de algodão em pluma iniciaram setembro com maior volatilidade, mas mostram recuperação após as quedas de agosto. A liquidez no mercado spot segue restrita pela dificuldade em negociar preço e qualidade dos lotes.

Os vendedores estão priorizando a entrega de contratos a termo, tanto para o mercado interno quanto externo. Enquanto isso, os comerciantes buscam novos lotes para cumprir suas programações, com transações realizadas de maneira "casada". A safra nacional de algodão 2023/2024 avança, com 95,53% da área nacional colhida até 5 de setembro, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O beneficiamento, contudo, segue mais lento, com 40,30% da produção processada até o momento. No Brasil, a produção e a qualidade do algodão são positivas. No curto prazo, a recente alta nos preços em Reais, motivada pela valorização do dólar, traz algum alívio, mas essa valorização é temporária. Para que o mercado se recupere de forma consistente, é preciso que os preços em dólar também subam. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.