29/Aug/2024
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita de algodão no Brasil atingiu 76,1% da área plantada até 25 de agosto. No entanto, a oferta no mercado spot permanece restrita devido ao beneficiamento e à classificação dos lotes. Será um processo longo, pois a safra é volumosa. Isso tem evitado uma pressão imediata sobre os preços internos. O pico da safra ainda está por vir, mas, até lá, o mercado deve permanecer equilibrado. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 3,95 por libra-peso. No mês, acumula queda de 2,98%. Mesmo com a baixa, o mercado interno segue mais favorável do que o externo. A paridade de exportação FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,86 no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,84 no Porto de Paranaguá (PR).
A StoneX manteve sua estimativa de produção de algodão no Brasil para a safra 2023/2024 em 3,54 milhões de toneladas, 11,4% acima do ciclo anterior, impulsionada pela alta produtividade na Bahia. A previsão de produtividade no Estado foi elevada para 1,95 tonelada por hectare. A consultoria também destacou que a qualidade da fibra está sendo monitorada, especialmente em Mato Grosso, onde algumas lavouras apresentaram menor peso de pluma devido à perda do baixeiro, exigindo a colheita de plumas menos maduras, mas o impacto na produtividade foi mínimo e esperado. Com a revisão na produção, os estoques finais foram ajustados para 2,16 milhões de toneladas, uma queda de 1,9% em relação à previsão anterior, mas ainda 66,4% acima do ciclo passado.
A estimativa de exportações foi mantida em 2,9 milhões de toneladas, um aumento de 79,2% sobre a safra anterior, com expectativa de aceleração nos embarques no segundo semestre. As exportações de algodão do Brasil caíram 53,5% nos primeiros 17 dias úteis de agosto, com 77,7 mil toneladas embarcadas, comparado a igual período do ano anterior. A média diária de exportação foi de 4,57 mil toneladas, ligeiramente acima da registrada em agosto de 2023. O valor médio da pluma exportada foi de 79,44 centavos de dólar por libra-peso, superior ao mercado interno. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão registraram quedas consecutivas nos últimos três dias, influenciados por fatores macroeconômicos e pelo mercado de energia.
Nesta quarta-feira (28/08), o contrato para dezembro caiu 143 pontos (2,04%), fechando a 68,55 centavos de dólar por libra-peso. A queda foi impulsionada pelo fortalecimento do dólar, que reduz a competitividade das commodities americanas, e pela baixa do petróleo, que favorece fibras sintéticas. Apesar das quedas, as condições das lavouras de algodão nos Estados Unidos pioraram. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 40% da safra estava em condições boas ou excelentes até o dia 25 de agosto, uma queda de 2% em relação à semana anterior. O excesso de oferta global de algodão, aliado às condições positivas para a produção, tem pressionado os preços. O mercado já precificou uma leve piora nas lavouras norte-americanas, mas a demanda global continua fraca. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.