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28/Aug/2024

Tendência é de queda no preço interno do algodão

Aos poucos, a oferta de algodão da atual temporada vem crescendo, o que segue pressionando os valores de negociação da pluma. Com o produto mais atrativo a compradores, a liquidez nas negociações para pronta-entrega tem se aquecido. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,73% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,95 por libra-peso. No acumulado do mês, a baixa é de 2,98%. Mesmo diante da desvalorização doméstica da pluma, dados apontam que a venda do algodão no Brasil é mais vantajosa do que a externa, porque a paridade de exportação, apesar de ter avançado nos últimos dias, está menor. Nesta parcial de agosto, a média do Indicador está 4,6% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 3,86 por libra-peso (70,34 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,84 por libra-peso (70,15 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os contratos estão em alta. O vencimento Outubro/2024 tem valorização de 3,82% nos últimos sete dias, a 70,58 centavos de dólar por libra-peso; para o Dezembro/2024, a alta é de 2,3% no período, a 70,26 centavos de dólar por libra-peso; para Março/2025, de 2,47%, a 71,79 centavos de dólar por libra-peso e, para Maio/2025, de 2,46%, a 72,96 centavos de dólar por libra-peso. No campo, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita no Brasil chegou em 76,1% até o dia 25 de agosto, somando 90% da área cultivada em Goiás; 89% em Minas Gerais; 85% no Maranhão; 76% no Piauí; 75,1% em Mato Grosso e 74,8% na Bahia. Em Mato Grosso do Sul, a colheita já se encerrou. Em Mato Grosso, maior Estado produtor, o clima seco e quente tem favorecido o avanço das atividades.

Mesmo com a colheita progredindo bem, a oferta do produto no spot depende do beneficiamento e classificação dos lotes, o que posterga a entrada mais volumosa de fibra da atual temporada no mercado. No geral, boa parte dos agentes continua com a atenção voltada ao cumprimento dos contratos a termo, o que ainda limita a liquidez no spot nacional. Além disso, a maior parte desses contratos (com destinos aos mercados interno e externo) foi realizado a valores mais atrativos que os praticados no spot atualmente, reforçando a retração dos agentes. Os comerciantes buscam por lotes a fim de atender suas programações e/ou realizam negócios “casados”. Tradings, por sua vez, também estão atentas às performances dos contratos firmados anteriormente.

Depois de exportar 2,7 milhões de toneladas na temporada 2022/2023 (de agosto/2023 até julho/2024), dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em 17 dias úteis de agosto, o Brasil escoou ao mercado externo 77,7 mil toneladas de algodão, 53,5% a menos que em todo o mês de agosto/23 (167,2 mil toneladas). A atual média diária de exportação está em 4,57 mil toneladas, 0,77% acima das 4,54 mil toneladas de agosto/2023. O valor médio da pluma exportada está em 79,44 centavos de dólar por libra-peso nesta parcial de agosto, recuo de 5,6% no comparativo mensal (84,18 centavos de dólar por libra-peso) e de 2,7% no anual (81,61 centavos de dólar por libra-peso). No entanto, o preço das exportações efetivas supera em 9,7% o praticado no mercado interno, considerando a média desta parcial de agosto do Indicador CEPEA/ESALQ à vista, de 72,39 centavos de dólar por libra-peso. Em moeda nacional, a média paga pela pluma exportada está em R$ 4,40 por libra-peso, 9,5% acima da do Indicador. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.