ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

21/Aug/2024

Preços do algodão pressionados no mercado interno

Os preços do algodão em pluma estão em queda e já operam abaixo dos R$ 4,00 por libra-peso, o que não era observado desde o final de julho. A maior disponibilidade interna e os enfraquecimentos das cotações externas e da paridade de exportação são os fatores de pressão. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,43% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,98 por libra-peso. No acumulado do mês, a baixa é de 2,27%. Ainda assim, a média do Indicador nesta parcial de agosto está 5,1% acima da paridade de exportação. Os produtores estão com boa parte da safra 2023/2024 comprometida e, com isso, seguem focados no cumprimento dos contratos a termo. A liquidez no spot está sendo limitada também pelos desacordos quanto a preço e/ou qualidade dos lotes disponibilizados.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,69 por libra-peso (68,22 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,70 (68,41 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos estão enfraquecidos, influenciados pela realização de lucros e pelo recuo no valor do petróleo no mercado internacional. Assim, o vencimento Outubro/2024 registra recuo de 0,45% nos últimos sete dias, cotado a 67,98 centavos de dólar por libra-peso; para o Dezembro/2024, a baixa é de 0,56%, a 68,68 centavos de dólar por libra-peso; para Março/2025, de 0,62%, a 70,06 centavos de dólar por libra-peso, e para Maio/2025, de 0,71%, a 71,21 centavos de dólar por libra-peso.

Dados divulgados no dia 1º de agosto pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) indicam produção mundial da safra 2024/2025 em 26,33 milhões de toneladas, alta de 9,15% frente à da temporada anterior. O consumo mundial de algodão, por sua vez, pode aumentar 3,56% em relação à safra 2023/2024, para 25,87 milhões de toneladas. A exportação mundial deve somar 10,29 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, superando em 4,58% a da safra passada. Dessa forma, o estoque final pode ser de 19,1 milhões de toneladas, 3,01% maior que o da temporada 2023/2024. Para o Brasil, especificamente, a estimativa é de produção recorde de 3,65 milhões de toneladas na safra 2024/2025, aumento de 14,1% frente ao volume da temporada passada, impulsionada pelo crescimento de 18,2% na área, prevista em 1,95 milhão de hectares.

O consumo interno está estimado em 750 mil toneladas, 7,1% superior ao da safra anterior e o maior volumes desde a temporada 2014/2015, quando chegou em 797 mil toneladas. As exportações brasileiras devem aumentar 3,7% frente às de 2023/2024, chegando em 2,8 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde. Nesse cenário, o estoque final deve somar 1,14 milhão de toneladas, 9,8% maior que o da safra anterior e o mais alto da história. Esses resultados são possíveis pois Brasil se beneficia pelas condições climáticas favoráveis, avanços tecnológicos e operações agrícolas de larga escala. Além disso, a fibra brasileira é conhecida pela alta qualidade. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.