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15/Aug/2024

Preços estão pressionados e a negociação é lenta

A comercialização da safra nova de algodão no spot segue a passos lentos no País, seja para o mercado interno, seja para exportação. Agroindústrias e fiações se voltam, neste momento, a internalizar a fibra adquirida em contratos a termo, resultando em pouca movimentação no disponível. Além disso, os primeiros lotes têm saído com micronaire grosso, por causa do estresse hídrico que as plantas sofreram nesta safra, baixando a qualidade dos fios. Outro fator que representa um gargalo na comercialização é o número restrito de laboratórios para avaliar a qualidade do algodão recém-colhido e beneficiado. Os laboratórios estão sobrecarregados devido à colheita no maior produtor do País, Mato Grosso, estar em pleno andamento.

Além disso, espera-se uma safra volumosa de 3,6 milhões de toneladas no Brasil, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os preços oscilam, nos últimos dias, em uma faixa estreita. De todo modo, predominam fatores de pressão, com destaque para a retração na paridade de exportação e a expectativa de boa oferta na temporada 2023/2024. Na parcial de agosto, o Indicador Cepea do algodão, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,85%. A média do Indicador nesta parcial de agosto está 4,2% acima da paridade de exportação. Na terça-feira (13/08), porém, houve nova baixa do Indicador, que fechou a R$ 4,01 por libra-peso. Em dólar, fechou a US$ 73,60 centavos de dólar por libra-peso (+0,45%). O valor a prazo fechou a R$ 4,02 por libra-peso (-0,39%).

As indústrias estão mais preocupadas, neste momento, no cumprimento de contratos a termo, que foram firmados a preços mais atrativos do que os verificados atualmente no spot. De modo geral, a disparidade quanto aos preços e à qualidade dos lotes continua limitando a comercialização no mercado doméstico. Praticamente não há mais lotes da safra velha, referente ao ciclo 2022/2023, e o mercado aguarda a entrada de mais volume da atual safra, 2023/2024. Mesmo assim, as indústrias compram apenas com a encomenda já feita, sem formar estoques. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 11 de agosto, 55,3% do algodão da safra 2023/2024 havia sido colhida no País, avanço de 18,6% em relação à semana anterior. Mato Grosso, o principal produtor, havia colhido, até o dia 11 de agosto, 53,4% da safra.

Além do grande volume da safra nova entrando no mercado, os preços da fibra no exterior seguem em tendência de queda, principalmente por causa da retração econômica na China, além de incertezas na economia dos Estados Unidos em ano de eleição presidencial. O mercado está volátil, mas a tendência é de queda de preços. Isso porque a safra brasileira vai ser grande e o consumo doméstico deve se manter estagnado entre 650 mil e 700 mil toneladas por ano. Para uma safra de 3,6 milhões de toneladas, a saída vai ser a exportação, para que os estoques não fiquem muito grandes no final da safra. Há fatores da baixa muito mais fortes do que de alta. O que poderia amenizar a situação seria o câmbio, que pode dar uma guinada com fatores geopolíticos, entre eles a escalada das tensões no Oriente Médio, entre Israel e Irã. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.