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14/Aug/2024

Preço do algodão pressionado no mercado interno

Com os avanços dos trabalhos de colheita e beneficiamento de algodão em pluma, agentes passaram a dar maior atenção ao cumprimento dos contratos a termo, firmados a valores mais atrativos que os praticados atualmente no spot. De modo geral, a disparidade quanto aos preços e à qualidade dos lotes continua limitando a comercialização no mercado doméstico. As cotações seguem oscilando em uma faixa estreita, embora predominem fatores de pressão, com destaque para a retração na paridade de exportação e a expectativa de boa oferta na temporada 2023/2024. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,37% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,04 por libra-peso. No acumulado do mês de agosto, a baixa é de 0,85%.

A média do Indicador nesta parcial de agosto está 4,2% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,76 por libra-peso (68,33 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e R$ 3,77 por libra-peso (68,52 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Outubro/2024 registra alta de 2,61% nos últimos sete dias, cotado a 68,29 centavos de dólar por libra-peso; para o Dezembro/2024, a alta é de 1,9%, a 69,07 centavos de dólar por libra-peso; para Março/2025, de 1,56%, a 70,50 centavos de dólar por libra-peso, e para Maio/2025, de 1,49%, a 71,72 centavos de dólar por libra-peso.

Em relatório divulgado nesta terça-feira (13/08), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) praticamente manteve as estimativas do mês anterior. A área nacional de algodão na safra 2023/2024 deve somar 1,944 milhão de hectares, 16,9% acima da temporada 2022/2023. A produtividade, por sua vez, é estimada para diminuir 1,7%, para 1.874 quilos por hectare. Assim, a produção no Brasil pode crescer 14,8% em relação à safra 2022/2023, a 3,644 milhões de toneladas. A colheita no Brasil chegou em 55,3% até o dia 11 de agosto, somando 88% da área cultivada em Mato Grosso do Sul; 77% em Goiás; 68% em Minas Gerais; 66% no Maranhão; 66% no Piauí; 55% na Bahia e 53,4% em Mato Grosso.

Dados divulgados no dia 12 de agosto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que a temporada global 2024/2025 deve somar 25,612 milhões de toneladas, reajuste negativo de 2,1% frente aos dados de julho/2024, mas ainda com aumento de 3,6% em relação à safra 2023/2024. Vale considerar que, para os Estados Unidos, houve baixa de 11,1% na produção estimada de um mês para o outro, passando para 3,29 milhões de toneladas, mas ainda 25,2% maior que a da temporada anterior. A estimativa de consumo recuou 0,8% frente ao relatório anterior; no entanto, supera em 3,4% o da safra 2023/2024, para 25,302 milhões de toneladas; em relação à oferta, fica 1,21% abaixo.

As importações mundiais, por sua vez, diminuíram 2,2% de um mês para o outro, a 9,5 milhões de toneladas, mas ainda registram aumento de 0,5% no comparativo com a temporada 2023/2024. A importação chinesa foi reajustada negativamente em 13,1% frente à de julho/2024, podendo cair expressivos 32,4% em relação à temporada anterior, para 2,177 milhões de toneladas. As exportações mundiais devem somar 9,48 milhões de toneladas em 2024/2025, retrações de 2,4% frente aos dados de julho/2024 e de 2,7% sobre a safra anterior.

Sendo assim, o estoque mundial final está previsto em 16,897 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, reajuste mensal negativo de 6,1%, mas elevação de 2,4% frente à safra anterior. Para os Estados Unidos, especificamente, o USDA reduziu em expressivos 15,1% os estoques de julho para agosto, mas ainda superando em 42,9% os de 2023/2024; as exportações norte-americanas estão previstas em 2,6 milhões de toneladas, queda de 7,7% no comparativo mensal e superando em apenas 2,2% o volume da temporada 2023/2024. Quanto aos preços, o valor médio pago ao produtor norte-americano pela safra 2024/2025 está em 66,00 centavos de dólar por libra-peso, retração de 2,94% frente ao valor de julho/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.