02/Aug/2024

Embora a entrada da safra de algodão 2023/2024 tenha o potencial de pressionar os preços da fibra no mercado interno, isso não está acontecendo de maneira acentuada. Os produtores resistem em entregar a fibra pelos preços propostos pela ponta compradora e se dedicam, neste momento, a cumprir contratos a termo, tanto para o mercado interno quanto para exportação. Desta forma, apesar de a colheita em Mato Grosso, o principal produtor de algodão do País, já ter atingido cerca de 25% da área, conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), há relativa baixa disponibilidade da fibra no spot, o que impede o recuo nas cotações. Na segunda quinzena de julho, os preços se enfraqueceram, embora a média do mês passado tenha sido a mais alta desde março de 2024, em termos reais. O Indicador Cepea, com pagamento em 8 dias, acumulou leve alta de 0,09% no mês de julho.

Neste início de agosto, o Indicador mostra reação, com avanço de 1,8% em relação ao dia 31 de julho, para R$ 4,06 por libra-peso. Em dólar, fechou a US$ 71,81 centavos de dólar por libra-peso, avanço de 1,12%. O valor a prazo fechou a R$ 4,07 por libra-peso (+1,8%). Outro fator altista para a fibra, mesmo em plena colheita, é o bom ritmo das exportações do Brasil este ano. No dia 6 de agosto, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) deve divulgar os resultados das exportações de algodão referentes ao mês de julho. Ao longo deste ano, os embarques externos da fibra tiveram um salto em comparação com o ano passado. De janeiro a junho, o Brasil exportou 1,425 milhão de toneladas de algodão, avanço de 208,78% ante igual período de 2023. Em receita até junho, houve alta de 198,09%, para US$ 2,779 bilhões.

No curto prazo, porém, os preços da fibra no exterior estão em tendência de queda, em razão da queda do petróleo e da alta do dólar no exterior, que desfavorecem as exportações de fibras naturais em geral. Nesta quinta-feira (1º/08), os futuros de algodão negociados na Bolsa de Nova York fecharam em baixa de 1,32%, a US$ 68,08 centavos de dólar por libra-peso, perdendo 91 pontos. Outro fator baixista no curto prazo são os dados divulgados nesta quinta-feira (1º/08) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), relatando que os cancelamentos superaram as vendas de algodão norte-americano em 1,09 milhão de fardos da safra 2023/2024 na semana encerrada em 25 de julho. Para a safra 2024/2025, o saldo de vendas foi de 1,36 milhão de fardos (ante 285,9 mil fardos reportados na semana anterior). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.