24/Jul/2024
Os preços do algodão em pluma para exportação estiveram acima dos praticados no mercado doméstico ao longo de praticamente toda a safra 2022/2023, que se encerra neste mês de julho, favorecendo os embarques brasileiros do produto. Na parcial de julho, o valor médio da pluma exportada está em R$ 4,63 por libra-peso (84,13 centavos de dólar por libra-peso), 13% superior ao do Indicador CEPEA/ESALQ à vista, de R$ 4,10 por libra-peso (74,41 centavos de dólar por libra-peso). Agosto/2023 foi o único mês desta temporada com menor remuneração externa (-0,7%). Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em 15 dias úteis de julho, as exportações brasileiras somam 128,2 mil toneladas, volume significativamente maior (+76,6%) que o escoado em todo o mês de julho/2023 (72,6 mil toneladas), mas ainda 20,1% menor que o de junho/2024 (160,4 mil toneladas).
A atual média diária de exportação está em 8,55 mil toneladas, bem acima das 3,5 mil toneladas de julho/2023 (+147%). Na safra 2022/2023 (de agosto/2023 até a parcial de julho/2024), o Brasil já escoou 2,64 milhões de toneladas, sendo expressivos 82,3% a mais que a quantidade embarcada no total da temporada 2021/2022 (de agosto/2022 a julho/2023), de 1,45 milhão de toneladas. Ao se considerar o ano civil (de janeiro a junho/2024), foram 1,5 milhão de toneladas enviadas ao exterior, apenas 6% inferior ao volume embarcado em 2023. Nesse cenário de maior atratividade das vendas externas, os agentes têm dado preferência ao cumprimento de contratos a termo. Segundo registros da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), o volume comprometido já estaria próximo de 1 milhão de toneladas na safra 2023/2024.
No spot brasileiro, os preços têm buscado um equilíbrio com o mercado internacional, uma vez que estão operando acima da paridade de exportação. De modo geral, a disponibilidade ainda é restrita, com poucos lotes remanescentes da safra 2022/2023 e novos da 2023/2024. Além disso, a disparidade quanto a preço e/ou qualidade dos lotes disponibilizados também tem limitado uma maior liquidez. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra queda de 2,69% nos últimos sete dias, a R$ 4,02 por libra-peso. Na parcial do mês, contudo, ainda acumula alta de 1,37%. A média do Indicador nesta parcial de julho está 4% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,99 por libra-peso (71,65 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,98 por libra-peso (71,46 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os contratos estão em baixa, influenciados pelo recuo no valor do petróleo e pelo fortalecimento do dólar ante às principais moedas estrangeiras. O vencimento Outubro/2024 tem desvalorização de 1,03% nos últimos sete dias, a 70,13 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2024 registra recuo de 2,51%, a 70,62 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2025 baixa de 2,36%, a 72,51 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Maio/2025 tem retração de 2,24%, para 73,90 centavos de dólar por libra-peso. Segundo registros de negócios da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), até o dia 22 de julho, do total da temporada 2022/2023, foram registradas 1,4 milhão de toneladas, equivalentes a 44,1% da produção nacional estimada, sendo 50,8% para o mercado interno; 40% para o externo; e 9,2% para contratos flex (exportação com opção para mercado interno).
Para temporada 2023/2024, também até o dia 22 de julho, 856,5 mil toneladas foram comercializadas; assim, ao menos 23,6% da safra brasileira já estaria comprometida, sendo 372,9 mil toneladas para o mercado interno; 383,5 mil toneladas para o externo; e 100,2 mil toneladas para contratos flex. Em Mato Grosso, dados divulgados no dia 8 de julho pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 98,07% da temporada 2022/2023 já foi comercializada. Para a comercialização está em 63,92% em Mato Grosso. No campo, dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que 18,28% da área brasileira da safra 2023/2024 havia sido colhida até o dia 19 de julho, sendo que 6,35% da produção esperada foi beneficiada. Na Bahia, o segundo maior Estado produtor do Brasil, 29,13% haviam sido colhidos até o dia 19 de julho e 20%, beneficiados. Em Mato Grosso, a colheita está em 13% e o beneficiamento, em apenas 2% no mesmo período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.