10/Jul/2024
O movimento de alta na cotação interna do algodão em pluma ganhou certa força neste começo de julho, e os preços estão operando nos patamares observados em março deste ano. O impulso vem da oferta ainda restrita no spot nacional e da maior procura de compradores, que, inclusive, ofertam valores superiores na tentativa de atrair vendedores. No entanto, a elevação no preço doméstico é limitada pela desvalorização externa e pela menor paridade de exportação. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 3,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,13 por libra-peso.
Na parcial do mês de julho, a alta acumulada é de 4,26%. A média do Indicador nesta parcial de julho está 2,2% acima da paridade de exportação, o que torna o mercado doméstico mais atrativo que o externo. Apesar da estimativa de produção recorde de algodão na temporada 2023/2024, os vendedores seguem firmes em suas ofertas. Como a disponibilidade continua restrita, esses agentes optam por cumprir contratos a termo neste primeiro momento. No campo, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até o dia 4 de julho, apenas 7,2% da área estimada no Brasil havia sido colhida.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,93 por libra-peso (71,92 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,94 por libra-peso (72,11 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros vencimentos apresentam queda nos últimos sete dias, influenciados pela estimativa de maior área cultivada nos Estados Unidos e pela possibilidade de oferta global volumosa.
Assim, o vencimento Julho/2024 apresenta desvalorização de 3,92% nos últimos sete dias, a 67,32 centavos de dólar por libra-peso; o Outubro/2024 tem baixa de 3,81%, a 69,49 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2024 apresenta recuo de 2,8%, a 71,05 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Março/2025 tem retração de 2,57%, a 72,84 centavos de dólar por libra-peso. Dados divulgados no dia 2 de julho pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) indicam produção mundial da safra 2023/2024 em 24,091 milhões de toneladas, 0,24% superior aos dados de junho/2024, mas baixa de 1,21% sobre os da temporada anterior.
A estimativa de consumo mundial de algodão, por sua vez, cresceu 1,46% frente à apontada em junho e 5,66% em relação à da safra 2022/2023, para 25 milhões de toneladas. A exportação mundial deve somar 9,815 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, aumento de 2,9% frente ao mês anterior e expressiva alta de 18,5% no comparativo com a safra passada. O estoque final pode ser de 18,79 milhões de toneladas, baixa de 1,63% sobre os dados de junho/2024 e recuo de 4,49% em relação à temporada 2022/2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.