05/Jul/2024
Com a disponibilidade de algodão ainda restrita no spot, os preços da pluma oscilaram predominantemente para cima durante o mês de junho. Há pouca oferta porque o algodão da safra nova, cuja colheita já começou, ainda não é suficiente para atender à demanda interna e, de outro lado, há poucos lotes de qualidade remanescentes da safra velha, do ciclo 2022/2023. Com a escassez momentânea da fibra, os vendedores mantiveram posição firme nas pedidas e, na ponta compradora, quem precisava de matéria-prima teve de subir preços. Assim, depois de recuar por três meses seguidos, o preço do algodão subiu no mês passado. Entre 31 de maio e 28 de junho, o Indicador Cepea do algodão, com pagamento em 8 dias, avançou 1,72%, fechando a R$ 3,96 por libra-peso no dia 28 de junho. Especificamente nos últimos sete dias, o Indicador registra alta de 0,44%. Em junho, ficou, em média, 0,5% acima da paridade de exportação. Mesmo com a perspectiva de colheita recorde na safra 2023/2024, a tendência de alta ainda deve permanecer por algum tempo.
A razão é que, primeiramente, os produtores devem priorizar o cumprimento dos contratos a termo, limitando a entrada da fibra no spot. Quanto aos compradores, alguns buscam por novos lotes e chegam, inclusive, a oferecer valores superiores na tentativa de convencer vendedores a fazer negócios. Outras indústrias estão abastecidas ou tentam preços menores. Está havendo, porém, um desencontro entre a qualidade do produto ofertado no spot e a necessidade da parte da indústria. A demanda da indústria não encontra a qualidade nem a quantidade necessária para suprir o que precisa. Além disso, a safra nova ainda está bem no início, com poucos lotes disponíveis. E os que aparecem estão com alguns problemas de micronaire alto. A safra anterior também só tem um saldo de lotes picados. Assim, o preço tem subido em cima da paridade de exportação e da baixa disponibilidade de algodão de qualidade. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) relatou que a colheita de algodão da safra 2023/2024 avançou apenas 2,6% na semana passada, atingido 9,5% da área plantada até o dia 30 de junho.
O principal Estado produtor, Mato Grosso, havia colhido até o dia 30 de junho 7% da área plantada, avanço de 2,4% em relação à semana anterior. De acordo com relatório da consultoria StoneX, o futuro com vencimento em dezembro do algodão negociado na Bolsa de Nova York encerrou a sessão do dia 28 de junho negociado a 72,69 centavos de dólar por libra-peso, um avanço semanal de 0,66%. O movimento parece ter se dado sobretudo por uma cobertura de posições vendidas no começo da semana passada, com o CFTC contabilizando para o dia 25 de junho uma posição liquidamente vendida menor no volume de 7,3 mil contratos. Esse movimento dos fundos deu margem para quedas, que refletiram mais movimentos relacionados aos fundamentos da pluma, com relatório de vendas de exportação dos Estados Unidos, reportando um volume de carregamentos mais fraco, bem como com um relatório de área apontando para uma área significativamente maior do que as estimativas anteriores para a safra 2024/2025 nos Estados Unidos, criando otimismo para a oferta da safra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.