27/Jun/2024
Os poucos lotes residuais de algodão da safra velha, do ciclo 2022/2023, e o andamento ainda tímido da colheita de 2023/2024 no Brasil, que deve ser recorde, permitem que os preços sigam firmes no spot nacional. Além disso, a demanda reforçada das fiações por fibra de melhor qualidade, mais escassa neste momento, provoca altas de preços do algodão nacional. Os lotes da safra nova devem demorar um certo tempo a entrar de fato no mercado porque os produtores costumam destinar as primeiras colheitas a compradores que firmaram contratos a termo meses atrás. Além disso, relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) desta semana destaca que a comercialização em Mato Grosso, o maior produtor nacional, está lenta, com 61% já travado e atraso de 6% em relação a igual período do ano passado. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) relatou que a colheita de algodão da safra 2023/2024 avançou apenas 3,8% na semana passada, para 6,9% da área plantada até o dia 23 de junho.
O principal Estado produtor, Mato Grosso, havia colhido até o dia 23 de junho 4,6% da área plantada, avanço de 2,7% em relação à semana anterior. Assim, num cenário de oferta restrita e demanda mais firme, o Indicador Cepea, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 1,92% nos últimos sete dias, a R$ 3,99 por libra-peso. Em dólar, o indicador fechou a US$ 72,93 centavos de dólar por libra-peso (-0,61%). O valor a prazo fechou a R$ 3,98 por libra-peso (+0,44%). Em relação aos preços internacionais da fibra, a consultoria StoneX indica que o mercado deverá ficar de olho na atualização de área plantada nos Estados Unidos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) publicará nesta sexta-feira (28/06) relatório. De forma geral, a StoneX informa que os preços pós-feriado nos Estados Unidos ficaram estáveis na Bolsa de Nova York, com poucas novidades no fundamento da pluma. Mas, as quedas verificadas de um mês para cá na Bolsa também têm desestimulado as vendas no mercado brasileiro. O Rabobank espera um aumento de 4% na área semeada com algodão nos Estados Unidos.
Além de um aumento da área plantada, é esperada uma forte redução da área de abandono, devido às boas condições das lavouras, o que deverá levar a um aumento de 42% da área colhida. Ainda de acordo com as estimativas iniciais do USDA, que serão atualizadas nesta sexta-feira (28/06), a safra norte-americana deverá alcançar 16 milhões de toneladas, o que suportará um aumento substancial do volume a ser exportado. Em 2023/2024, o Brasil, com produção recorde da fibra, deverá exportar volume recorde e se tornar o maior fornecedor da pluma ao mercado externo. Porém, se confirmado um aumento significativo da safra nos Estados Unidos em 2024/2025, a pluma brasileira poderá enfrentar forte concorrência do produto norte-americano. O Rabobank estimou colheita recorde de algodão no Brasil em 2023/2024, de 3,6 milhões de toneladas, aumento de 15% ante a safra anterior. Ou seja, os dois maiores exportadores da pluma deverão ter significativos aumentos em suas produções, o que, somado a um leve crescimento do consumo global, deverá sinalizar um aumento dos estoques da pluma ao final da safra 2024/2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.