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06/Jun/2024

Preços do algodão recuam no mercado doméstico

Com o mercado interno retraído e oferta ainda abundante de algodão, além da entrada da nova safra do ciclo 2023/2024, os preços da fibra vêm cedendo no Brasil. Incertezas sobre a recuperação econômica do País seguem impedindo negócios mais volumosos e, além disso, as fiações estão bem abastecidas há meses, pelo escoamento lento no mercado interno até mesmo da safra velha. As negociações no mercado interno são pontuais, pois a indústria segue receosa com relação à demanda do consumidor final. Como diminuiu a demanda pelo fio commodity, a margem das fiações caiu muito. Em relação às aquisições futuras de algodão, as indústrias que estão mais ativas no mercado, e que são poucas, estão procurando adquirir lotes no preço Esalq a fixar, para se proteger da volatilidade de preços entre setembro e outubro. A lentidão no escoamento interno da fibra tem resultado na queda de preços.

A média mensal do mês de maio caiu para o menor nível em quase quatro anos. Além das quedas externas, a pressão veio da maior flexibilidade de vendedores domésticos, visando à liquidação do saldo remanescente da temporada 2022/2023. Do lado comprador, indústrias seguiram com aquisições pontuais, diante da demanda restrita por manufaturados e/ou da dificuldade em obter a pluma de qualidade esperada. Agentes apostam em continuidade das baixas de preços com a proximidade da safra recorde. A perspectiva de colheita na safra 2023/2024 é de 3,3 milhões de toneladas de algodão, conforme a mais recente previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No acumulado de maio, o Indicador com pagamento em 8 dias recuou 0,54%, fechando a R$ 3,90 por libra-peso no dia 31 de maio. A queda só não foi maior porque, nos últimos sete dias, o indicador subiu 1,64%.

A média mensal, de R$ 3,85 por libra-peso, foi a menor desde julho/2020 (R$ 3,80 por libra-peso), sendo 3,29% abaixo da de abril/2024 e 2,38% inferior à de março/2023, em termos reais (deflacionada pelo IGP-DI de abril/2024). Nem mesmo as exportações, que têm fluído bem, contribuem para segurar os preços internos e evitar quedas. A Bolsa de Nova York tem tido comportamento baixista, pela própria conjuntura macro mundial de consumo retraído. Um dos fatores é que a queda do petróleo verificada nos últimos dias estimula a aquisição de fibras sintéticas em detrimento do algodão, o que inibe mais ainda a comercialização da fibra natural. As cotações internacionais também são pressionadas pela expectativa da boa safra nos Estados Unidos, favorecida pelo clima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.