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05/Jun/2024

Tendência baixista para preços do algodão no Brasil

Os preços internos do algodão em pluma caíram ao longo de maio, com a média mensal registrando o menor nível em quase quatro anos. Além das quedas externas, a pressão veio da maior flexibilidade de vendedores domésticos, visando à liquidação do saldo remanescente da temporada 2022/2023. Do lado comprador, as indústrias seguiram com aquisições pontuais, diante da demanda restrita por manufaturados e/ou da dificuldade em obter a pluma de qualidade esperada. Agentes apostam em continuidade das baixas de preços com a proximidade da safra recorde. No acumulado de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 0,54%, fechando a R$ 3,90 por libra-peso no dia 31 de maio.

A queda só não foi maior porque, nos últimos sete dias, o Indicador registra alta de 1,64%. A média mensal, de R$ 3,85 por libra-peso, foi a menor desde julho/2020 (R$ 3,80 por libra-peso), sendo 3,29% abaixo da média de abril/2024 e 2,38% inferior à de março/2023, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de abril/2024). Em maio, a média do Indicador à vista, de 74,90 centavos de dólar por libra-peso, foi 3,6% menor que a do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, de 77,68 centavos de dólar por libra-peso e 13,5% inferior à média do Índice Cotlook A. As cotações internacionais foram pressionadas pela expectativa de boa safra norte-americana, favorecida pelo clima (chuvas) nas lavouras.

Também houve sinalização de demanda contida, assim como recuo no preço do petróleo, inflação e taxas de juros altas no mundo. Na Bolsa de Nova York, entre 30 de abril e 31 de maio, o vencimento Julho/2024 se desvalorizou 2,91%, a 76,15 centavos de dólar por libra-peso no dia 31 de maio; o Outubro/2024 caiu 0,88%, a 76,58 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2024 recuou 2,24%, a 75,11 centavos de dólar por libra-peso; e o contrato Março/2025, 2,17%, para 76,79 centavos de dólar por libra-peso. Vale considerar que os contratos caíram com maior intensidade nos últimos dias, com o primeiro vencimento a 73,15 centavos de dólar por libra-peso no dia 3 de junho, o menor valor desde o final de outubro/2022, de 72,00 centavos de dólar por libra-peso no dia 31.

No dia 31 de maio, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) foi de R$ 4,12 por libra-peso (78,38 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,13 por libra-peso (78,58 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Relatório divulgado no dia 30 de maio pelo Cotton Outlook prevê a produção mundial da safra 2024/2025 em 25,353 milhões de toneladas, 1,46% maior que o volume esperado para 2023/2024 (24,987 milhões de toneladas) e 0,26% acima do projetado no mês anterior.

Quanto ao consumo mundial, previsto em 24,731 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, houve aumento de 3,01% se comparado ao da 2023/2024, mas recuo de apenas 0,51% frente ao estimado em abril/2024. Logo, a oferta global superaria em 2,52% a demanda. Para o Brasil, especificamente, a produção pode chegar a 3,3 milhões de toneladas na safra 2024/2025, sendo 9,44% inferior à anterior (3,644 milhões de toneladas), enquanto o consumo pode aumentar 2,86%, indo para 720 mil toneladas na safra 2024/2025. Vale considerar que, de abril para maio, houve reajuste positivo de 1,22% na produção brasileira na temporada 2023/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.