29/May/2024
Os bons registros de exportações de algodão norte-americanas neste mês de maio evidenciam que o mercado externo está demandando mais pluma. Os preços físicos no Extremo Oriente deram um salto, alavancando os valores do algodão na Bolsa de Nova York. Diante disso, no Brasil, as cotações têm suporte na maior paridade de exportação, mas o avanço da colheita da temporada (2023/2024), que deve registrar boa produção, limita as altas domésticas. A paridades de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,08 por libra-peso (79,02 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,09 por libra-peso (79,22 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os primeiros vencimentos registram alta, impulsionados pela perspectiva de maior demanda pela fibra norte-americana e pelo bom desempenho das vendas externas dos Estados Unidos. O vencimento Julho/2024 registra valorização de 5,91% nos últimos sete dias, a 80,52 centavos de dólar por libra-peso; o Outubro/2024 tem alta de 5,57%, a 80,19 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2024 avanço de 4%, a 78,01 centavos de dólar por libra-peso; e o contrato Março/2025 tem alta de 3,77%, para 79,52 centavos de dólar por libra-peso. Vale considerar que a Bolsa de Nova York não operou na segunda-feira (27/05), devido ao feriado de Memorial Day nos Estados Unidos. No Brasil, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, apresenta leve alta de 0,28%, a R$ 3,86 por libra-peso.
Na parcial deste mês, o Indicador acumula baixa de 1,5%. No entanto, a cotação interna ainda está, em média, 0,5% acima da paridade de exportação nesta parcial de maio. A recuperação nos preços internacionais estimula a realização de novos contratos a termo, tanto a valores fixos como a fixar posteriormente. Alguns players aproveitam o momento para liquidar lotes da safra 2022/2023, inclusive “recaps” de algodão para embarque nos próximos meses. Além disso, também são efetuadas negociações direcionadas ao mercado interno. Na parcial de maio, as comercializações para o mercado externo têm média de 79,21 centavos de dólar por libra-peso, considerando-se os valores FOB no Porto de Santos (SP), 6,2% abaixo da média registrada em abril/2024 (84,45 centavos de dólar por libra-peso), ainda referente à pluma da safra 2022/2023.
Para exportação envolvendo a próxima temporada 2023/2024, a média das informações captadas para o segundo semestre de 2024 é de 77,75 centavos de dólar por libra-peso na parcial de maio/2024, queda de 1,2% frente à média de abril/2024 (78,68 centavos de dólar por libra-peso). Para a safra 2024/2025, a média na parcial deste mês está em 76,81 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 1,4% se comparada à de abril. Segundo registros de negócios da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), até o dia 28 de março, do total da temporada 2022/2023, foram registradas 1,356 milhão de toneladas, equivalentes a 42,7% da produção nacional estimada, sendo 50,7% para o mercado interno; 39,8% para o externo; e 9,5% para contratos flex (exportação com opção para mercado interno).
Para o mercado doméstico, as indústrias já estariam com a demanda suprida por meio de contratos na safra 2022/2023. Para a próxima temporada, 789,2 mil toneladas foram comercializadas até o dia 28 de março. Assim, ao menos 21,7% da safra brasileira 2023/2024 já estaria comprometida, sendo 316,3 mil toneladas para o mercado interno; 375 mil toneladas, para o externo; e 97,9 mil toneladas para contratos flex. Para Mato Grosso, dados divulgados no dia 13 de maio pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 92,31% da temporada 2022/2023 já foi comercializada no Estado, próximo da safra anterior (92,97%), mas abaixo da média dos cinco anos, de 98%. Para a próxima safra, 60,54% já foram comercializados em Mato Grosso, contra 64,1% na temporada passada e 72,27% na média dos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.