22/May/2024
As negociações envolvendo algodão em pluma estão pontuais no mercado spot nacional, devido sobretudo à dificuldade de agentes em acordar preço e/ou aprovar a qualidade dos lotes disponibilizados. Esse cenário tem resultado em pequenas oscilações nos preços. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve recuo de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 3,85 por libra-peso. Na parcial do mês, o Indicador acumula baixa de 1,77%. No entanto, a cotação interna está, em média, 1,3% acima da paridade de exportação na parcial de maio. Do lado vendedor, alguns agentes estão mais flexíveis, por conta da desvalorização externa, especialmente os que buscam liquidar lotes da safra 2022/2023 e/ou os que têm necessidade de fazer caixa. Outros produtores seguem firmes nos preços pedidos ou demostram pouco interesse em realizar novas vendas, dando prioridade aos embarques dos contratos a termo.
Quanto ao comprador, os agentes de indústrias continuam adquirindo lotes para repor estoques e/ou atender à necessidade imediata e muitos relatam fraca demanda pelos manufaturados. Nesse cenário, os comerciantes também buscam realizar negócios “casados” ou adquirem a pluma para atender a programações firmadas anteriormente. Quanto à próxima temporada, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontou que, no Paraná, a colheita soma 70%; e, em São Paulo, 38%. Para os demais estados, as atividades devem começar em meados de junho. Assim, lotes da safra de São Paulo já estão sendo comercializados no spot nacional. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,80 por libra-peso (74,56 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,81 por libra-peso (74,77 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os primeiros vencimentos registram queda, influenciados pela desvalorização do petróleo, pelo bom desempenho do cultivo da safra norte-americana e pela expectativa de estoques maiores. Nos últimos sete dias, o vencimento Julho/2024 apresenta desvalorização de 2,06%, a 76,03 centavos de dólar por libra-peso; o Outubro/2024 tem baixa de 1,43%, a 75,96 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2024, 0,82%, a 75,01 centavos de dólar por libra-peso; e o contrato Março/2025 apresenta recuo de 0,64%, para 76,63 centavos de dólar por libra-peso. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em 12 dias úteis de maio, as exportações brasileiras somam 141,4 mil toneladas, volume expressivamente maior (+134,4%) que o escoado em todo o mês de maio/2023 (60,32 mil toneladas), mas ainda 41,4% menor que o embarcado em abril/2024 (241,5 mil toneladas). A atual média diária de exportação está em 11,78 mil toneladas, bem acima das 2,74 mil toneladas de maio/2023.
Na parcial da safra 2022/2023 (de agosto/2023 até a parcial de maio/2024), o Brasil já escoou 2,265 milhões de toneladas, sendo 56,3% acima da quantidade embarcada no total da temporada 2021/2022 (de agosto/2022 a julho/2023), de 1,45 milhão de toneladas. Quanto aos preços, o valor médio da pluma exportada está em 88,92 centavos de dólar por libra-peso nesta parcial de maio, recuo de apenas 0,1% no comparativo mensal (88,99 centavos de dólar por libra-peso) e aumento de 6,4% no anual (88,35 centavos de dólar por libra-peso). Considerando-se a média parcial deste mês do Indicador CEPEA/ESALQ à vista, de 75,02 centavos de dólar por libra-peso, o preço das exportações efetivas está 18,5% superior ao praticado no mercado interno. Já em moeda nacional, o preço médio de exportação está em R$ 4,54 por libra-peso na parcial de maio, 18,3% superior à do mercado interno (Indicador). Esse cenário faz com que agentes deem prioridade aos embarques dos contratos a termo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.