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16/May/2024

Preços do algodão se recuperam e mercado é lento

Depois de atingirem, na última semana, o menor patamar nominal desde o dia 14 de julho de 2023, os preços do algodão no mercado doméstico se recuperaram com a maior presença de compradores e vendedores tentando negociar os lotes que ainda restam da safra 2022/2023. Apesar disso, poucos lotes saíram e o mercado segue bastante enfraquecido neste período de entressafra. A comercialização poderia avançar com a chegada de uma frente fria que serviria de estímulo para a aquisição de fios mais grossos. No dia 7 de maio, o Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias bateu o recorde negativo de R$ 3,81 por libra-peso.

Tradicionalmente, devido ao fraco movimento, os corretores costumam tirar férias neste momento do ano. Há desacordo sobre preços entre os agentes, com produtores acreditando que os preços podem subir ainda mais, enquanto os compradores pensam que as cotações podem cair. Este mês não tem sido bom para as fiações. Mesmo com pouca disponibilidade, há lotes de qualidade sendo ofertados, mas os compradores não estão dispostos a pagar as pedidas dos produtores, acima de R$ 4,00 por libra-peso. As indústrias estão abastecidas e pouco preocupadas em fechar novos negócios. A expectativa é que a partir de junho, quando a pluma começa a ser colhida e beneficiada, os negócios possam se reaquecer.

Talvez haja lotes entrando até mesmo antes, devido ao plantio precoce possibilitado pelo encurtamento da janela da soja. Por enquanto, apenas os estados do Paraná, com 50% da área, e de São Paulo, com 34,5%, iniciaram a colheita. Até o dia 9 de maio, segundo a Artigas Consultoria, cerca de 0,24% da área total destinada à fibra havia sido colhida no Brasil. Há plantações que carecem de chuvas para o bom desenvolvimento da safra. A comercialização do próximo ciclo produtivo andou muito bem em janeiro e agora os negócios estão mais reticentes. As exportações permanecem aquecidas, com vendedores e tradings honrando compromissos e contratos firmados anteriormente, mas sem realizarem novos negócios.

Em abril, as exportações totalizaram 241.482 toneladas. Maiores safras estimadas para Brasil, Estados Unidos e Turquia devem elevar em 5% a produção global, compensando as safras menores na China e na Índia. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou que a área nacional de algodão na safra 2023/2024 deve somar 1,942 milhão de hectares, 16,7% acima da temporada 2022/2023 e alta de 0,33% frente aos dados de março. A produtividade foi reajustada em para 1.876 quilos por hectare, 0,88% acima do estimado em abril, mas pode ser 1,6% menor que a da safra anterior. A produção brasileira pode crescer 1,21% no comparativo mensal e 14,8% em relação à temporada 2022/2203, atingindo 3,64 milhões de toneladas.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a produção do país em 3,48 milhões de toneladas em 2024/2025, ante 2,63 milhões de toneladas em 2023/2024. A expectativa de área plantada é de 4,32 milhões de hectares, em comparação a 4,14 milhões de hectares no ciclo anterior. O USDA prevê exportações de 2,83 milhões de toneladas em 2024/2025, ante 2,68 milhões de toneladas em 2023/24. Os estoques finais em 2024/2025 foram estimados em 805.564 toneladas, ante 522.528 toneladas em 2023/2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.