15/May/2024
Os valores internos do algodão em pluma estão reagindo nestes últimos dias, com sustentação vinda dos avanços nos preços externos. Dados apontando crescimento da demanda no curto prazo e perspectivas positivas para médio prazo, diante do aumento de renda em países emergentes, especialmente na Ásia, têm resultado em pequenas altas nas cotações do produto posto no Extremo Oriente. Esse movimento é repassado ao mercado futuro e à paridade de exportação. No spot nacional, a maior presença de compradores e vendedores eleva a liquidez e reforça a reação nos preços. Assim, enquanto no dia 7 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma, com pagamento em 8 dias, chegou a fechar em R$ 3,81 por libra-peso, o menor patamar nominal desde o dia 14 de julho de 2023 (R$ 3,80 por libra-peso), agora está cotado a R$ 3,86 por libra-peso. O aumento é de 1% nos últimos sete dias, mas, no acumulado da parcial do mês, ainda se observa queda, de 1,48%. No entanto, a cotação interna está, em média, 1,8% acima da paridade de exportação na parcial de maio.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,86 por libra-peso (75,06 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,87 por libra-peso (75,27 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros vencimentos chegaram a recuperar parte das perdas recentes. A sustentação vem de compras de oportunidade e da valorização do petróleo. O vencimento Julho/2024 registra avanço de 0,74% nos últimos sete dias, a 77,63 centavos de dólar por libra-peso; o Outubro/2024 com avanço de 1,18%, a 77,06 centavos de dólar por libra-peso; e o contrato Dezembro/2024 tem valorização de 0,42%, para 75,63 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2024 se encerrou no dia 7 de maio, a 77,00 centavos de dólar por libra-peso, com recuo de 1,18% entre 30 de abril e 7 de maio.
Em relatório divulgado nesta terça-feira (14/05), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a área nacional de algodão na safra 2023/2024 deve somar 1,942 milhão de hectares, 16,7% acima da temporada 2022/2023 e alta de 0,33% frente aos dados de março/2024. A produtividade brasileira teve reajuste positivo de 0,88% frente ao estimado no mês passado, mas ainda pode ser 1,6% menor que a da safra anterior, em 1.876 quilos por hectare. Assim, a produção no Brasil pode crescer 1,21% no comparativo mensal e 14,8% em relação à temporada 2022/2023, somando 3,64 milhões de toneladas, o que seria um recorde. Essa elevação se dá especialmente pelos reajustes positivos da Bahia, uma vez que a Conab previu área cultivada de 346 mil hectares, alta de 2% no comparativo mensal e 10,7% maior que a da safra 2022/2023. A produtividade, por sua vez, avançou 4,66% frente aos dados de março, mas ainda deve cair 3,5% quando comparada à safra passada, a 1.934 quilos por hectare. Com isso, a produção do Estado está projetada em 669 mil toneladas, elevações de 6,75% no comparativo mensal e de 6,8% frente à temporada 2022/2023.
Dados divulgados no dia 10 de maio pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que a temporada global 2024/2025 deve somar 25,919 milhões de toneladas, aumento de 4,8% em relação à safra 2023/2024. Os dados apontam menor oferta na China, Índia e Paquistão. O Brasil e os Estados Unidos devem aumentar a produção em 14,6% e em 32,6%, respectivamente. A safra brasileira, especificamente, está prevista para ser recorde, em 3,636 milhões de toneladas, com o País se mantendo como o terceiro maior produtor mundial. Há expectativa de maior consumo mundial, com aumento de 3,1% frente à temporada 2023/2024, indo para 25,442 milhões de toneladas, mas ainda 1,84% menor que a oferta. Os dados apontam crescimento da demanda em todos os principais países consumidores. Com isso, as importações mundiais também podem ganhar ritmo, sendo estimadas em 9,786 milhões de toneladas, aumento de 2,2% no comparativo com a safra 2023/2024.
Há estimativa de maior importação em todos os principais players mundiais, com exceção da China, pois o USDA projeta retração de 18,9%. Quanto às exportações, os Estados Unidos continuam liderando, com aumento de 5,7% no volume embarcado, chegando a 2,83 milhões de toneladas na temporada 2024/2025. Em seguida, está o Brasil, com 2,722 milhões de toneladas, alta de 3,3% frente às da temporada anterior e um recorde. Em termos mundiais, as vendas externas devem somar 9,792 milhões de toneladas, 1,1% a mais em relação à safra anterior. O estoque mundial final está previsto em 18,073 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, elevação de 3,1% frente ao estimado na safra passada, mantendo a relação estoque final/consumo em 71%. Vale considerar que o USDA estima que o estoque brasileiro deve superar em 27,7% o da temporada 2023/2024, chegando a 914 mil toneladas, também o maior volume da história. Quanto aos preços, o valor médio pago ao produtor norte-americano pela safra 2024/2025 está em 74,00 centavos de dólar por libra-peso, retração de 2,63% se comparado ao da temporada anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.