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02/May/2024

Preços do algodão seguem pressionados no Brasil

Os preços domésticos do algodão em pluma recuaram em abril pelo segundo mês consecutivo. As quedas estão relacionadas à maior flexibilidade de parte dos vendedores que, por sua vez, segue atenta às fortes desvalorizações externas, ao estoque de passagem e à expectativa de mais uma safra com boa produção. Além disso, algumas indústrias chegam a ofertar valores ainda menores para novas aquisições no spot, reforçando a pressão sobre as cotações internas da pluma. Ressalta-se que uma outra parcela de vendedores está firme em suas posições, enquanto outros compradores também pagam valores maiores em casos de pluma com qualidade superior, cenário que acaba limitando retrações mais intensas nos preços. Alguns lotes da nova temporada já começam a ser negociados no spot, especialmente originários de São Paulo. Entre 28 de março e 29 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 3,35%, fechando a R$ 3,95 por libra-peso.

Especificamente nos últimos sete dias, o Indicador registra leve baixa de 0,23%. A média de abril, de R$ 3,99 por libra-peso, foi 5,27% inferior à de março/2024 e 5,07% menor que a de abril/2023, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de março/2024). O Indicador esteve, em média, 1,5% abaixo da paridade de exportação em abril. Os agentes buscam realizar novas negociações ao mercado externo, seja a preço fixo como os baseados nos contratos da Bolsa de Nova York. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que, nos primeiros 20 dias úteis de abril, foram exportadas 240 milhões de toneladas de pluma. Dados captados em abril/2024 (até dia 29) indicam que as comercializações para o mercado externo tiveram média de 84,45 centavos de dólar por libra-peso, considerando-se os valores FOB no Porto de Santos (SP), 3,3% abaixo da média registrada em março/2024 (87,29 centavos de dólar por libra-peso), ainda referente à pluma da safra 2022/2023.

Para exportação envolvendo a próxima temporada 2023/2024, a média das informações captadas para o segundo semestre de 2024 foi de 78,68 centavos de dólar por libra-peso em abril, queda de 6,58% frente à média de março/2024 (84,18 centavos de dólar por libra-peso). Para a safra 2024/2025, a média de abril foi de 77,87 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 3,1% se comparado ao mês de março. A paridades de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,90 por libra-peso (76,29 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e R$ 3,91 por libra-peso (76,50 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, entre 28 de março e 29 de abril, o vencimento Maio/2024 se desvalorizou 12,43%, a 80,02 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2024 caiu 11,36%, a 81,52 centavos de dólar por libra-peso; o Outubro/2024, 9,43%, a 79,05 centavos de dólar por libra-peso; e o contrato Dezembro/2024 recuou 6,83%, para 78,25 centavos de dólar por libra-peso.

Relatório divulgado no dia 25 de abril pelo Cotton Outlook prevê produção mundial da safra 2024/2025 de 25,286 milhões de toneladas, 2,46% maior que o volume esperado para 2023/2024 (24,68 milhões de toneladas) e elevação de 1,34% frente ao projetado no mês anterior. Quanto ao consumo mundial, houve aumento de 3,2% se comparado ao da temporada 2023/2024 e estabilidade frente ao estimado em março/2024, a 24,857 milhões de toneladas na safra 2024/2025. Logo, a oferta global está 1,73% acima da demanda. Para o Brasil, especificamente, a produção pode chegar a 3,3 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, sendo 8,33% inferior à anterior (3,6 milhões de toneladas), enquanto o consumo pode aumentar 2,86%, indo para 720 mil toneladas na safra 2024/2025. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.