25/Apr/2024
O mercado interno de algodão continua com pouco movimento, com indústrias abastecidas pressionando os preços e determinando o ritmo dos negócios, embora a liquidez tenha aumentado nos últimos dias. A fim de liquidar os estoques da safra de 2023, os vendedores estão ofertando novos lotes de algodão no spot nacional e, em alguns casos, estão mais flexíveis nos valores de negociação. A postura também é atribuída à desvalorização externa da pluma. Além disso, os produtores estão cumprindo entregas contratadas anteriormente, tanto para o mercado interno quanto externo. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 3,94 por libra-peso, com queda de 3,45% no mês. Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, os preços da fibra recuaram, acompanhando as cotações da Bolsa de Nova York. A indústria tem muito estoque de produto final, principalmente de fio, e tem pressionado os preços.
De modo geral, não há muito algodão disponível da safra 2022/2023 e a qualidade não é muito boa. O momento, caracterizado pela entressafra, tende a acomodar as negociações até a disponibilidade da fibra do novo ciclo. Na região de Primavera do Leste, há registro de negócios a R$ 3,50 por libra-peso FOB, para compradores internos. Se adicionar logística, equivale a uma venda a R$ 3,79 por libra-peso posto em São Paulo (base do Indicador). As cotações estão balizadas mais pela exportação do que pelo mercado interno. Traders entram no mercado comprando para exportação acima do valor do mercado interno, enquanto a indústria, para ser competitiva, traz o preço para a paridade de exportação. A indústria tenta comprar abaixo do Indicador Esalq, mas os negócios com liquidez estão saindo no Esalq ou acima.
Para a próxima safra, a pressão da oferta pode resultar em uma queda nos prêmios. Mas, é preciso esperar para ver como será o desenvolvimento da safra dos Estados Unidos. A previsão da safra recorde pode aumentar o mercado externo do algodão brasileiro, mas antes será preciso observar o mercado climático norte-americano. Segundo a consultoria Artigas, se o plantio continuar sem atrasos nos Estados Unidos, o país poderia ter uma safra significativamente maior este ano, o que, juntamente com a pressão da safra brasileira, alimentaria um clima baixista nos preços. Nos campos brasileiros, as plantações vêm se desenvolvendo bem, experimentando chuvas benéficas em todas as áreas. O plantio dentro da janela e as boas condições de campo devem contribuir para a previsão de uma safra recorde.
As exportações permanecem aquecidas. Com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 15 dias úteis de abril, as exportações brasileiras somam 189,44 mil toneladas. O volume é 211% maior do que o escoado em todo o mês de abril de 2023, quando foram embarcadas 60,98 mil toneladas, mas 25,1% menor que o embarcado em março deste ano. No entanto, a atual média diária de exportação está em 12,629 mil toneladas, quase quatro vezes acima da registrada em abril de 2023. Caso o ritmo se mantenha, as exportações em abril podem chegar a 277,8 mil toneladas, o maior volume desde dezembro de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.