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17/Apr/2024

Preços do algodão em baixa e fraca comercialização

Estimativas divulgadas neste mês seguem confirmando crescimento na área nacional de algodão em pluma, o que deve resultar em produção recorde. Relatório de abril da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que o Brasil deve colher 3,6 milhões de toneladas na safra 2023/2024, sendo 1,12% acima do estimado em março e 13,4% a mais que na temporada 2022/2023. A produtividade pode cair 2,5% frente à safra passada, prevista em 1.860 quilos por hectare, mas o crescimento de 16,3% da área, passando para 1,94 milhão de hectares, deve garantir a colheita recorde. Quanto ao consumo, foi estimado em 710 mil toneladas, retração de 2,7% frente à estimativa de março/2024, mas aumento de 4,4% em relação à temporada 2022/2023.

A exportação da safra 2023/2024 deve chegar a 2,715 milhões de toneladas, com ajustes positivos de 9,5% na comparação mensal e de expressivos 67,8% frente à temporada anterior. O preço do algodão em pluma no Brasil tem oscilado, ora impulsionado pela posição firme de vendedores, ora pressionado pelos menores valores ofertados por compradores ativos. Atentos aos recuos internacionais, parte dos vendedores chegou a ceder em suas pedidas. No entanto, a divergência quanto aos preços e/ou à qualidade dos lotes disponibilizados continua acirrada e limitando os fechamentos no spot. Nesse cenário, o ritmo de comercialização segue enfraquecido; e a cotação interna, em queda. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra baixa de 1,33% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,01 por libra-peso. Na parcial do mês, o Indicador acumula baixa de 1,83%.

Vale considerar que agentes estão buscando realizar novos contratos a termo, seja para embarque nos próximos meses como envolvendo a pluma das próximas temporadas (2023/2024 e 2024/2025). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,04 por libra-peso (77,91 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,05 por libra-peso (78,12 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos apresentam queda, influenciados pelo recuo no valor do petróleo e pelo fortalecimento do dólar frente a importantes moedas, uma vez que ambos tendem a diminuir o interesse pela fibra natural norte-americana.

O vencimento Maio/2024 apresenta desvalorização de 4,29% nos últimos sete dias, a 82,93 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2024 tem baixa de 3,67% no mesmo período, a 85,15 centavos de dólar por libra-peso; o Outubro/2024, -2,31%, a 81,56 centavos de dólar por libra-peso e o contrato Dezembro/2024 recuou 2,39%, para 80,57 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório divulgado no dia 11 de abril, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a produção global 2023/2024 de algodão em 24,586 milhões de toneladas, estável em relação ao relatório anterior, mas queda de 2,8% frente à safra passada. O USDA reduziu levemente o consumo mundial de algodão no comparativo mensal (-0,1%), para 24,563 milhões de toneladas, mas ainda ficou 1,4% superior ao da temporada 2022/2023.

A demanda chinesa teve reajuste positivo de 1,3% frente os dados de março/2024, enquanto as do Paquistão e de Bangladesh tiveram reajustes negativos, de 3,1% e de 2,8%, respectivamente. As importações mundiais estão previstas em 9,566 milhões de toneladas, 1,6% superior à apontada no relatório anterior, com alta de significativos 16,6% no comparativo com a safra 2022/2023. Para a China, maior importadora mundial, o USDA espera aumento de 10,1% frente aos dados do mês passado e expressivamente superior ao volume da temporada anterior (+127,9%), podendo chegar a 3,092 milhões de toneladas, o que seria a quarta maior quantidade da história.

As exportações globais, por sua vez, estão projetadas em 9,573 milhões de toneladas na safra 2023/2024, alta de 1,6% no comparativo mensal e crescimento de 18,7% frente à temporada anterior. Houve reajustes mensais positivos para os maiores exportadores, exceto os Estados Unidos. As exportações do Brasil podem atingir 2,547 milhões de toneladas, aumentos de 4,4% no comparativo mensal e de 75,8% frente ao da safra 2022/2023 e um recorde. Dessa forma, o estoque final global está previsto em 18,088 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, recuo de apenas 0,3% frente ao estimado no mês anterior, mas alta de 0,6% em relação à safra passada. O Brasil pode ter o terceiro maior estoque do mundo, mesmo com retração de 8,6% frente aos dados de março/2024 e com queda de 7,5% se comparado ao da temporada anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.