04/Apr/2024
O mercado interno de algodão tem ritmo lento, com tradings fechando negociações pontuais orientadas por suas necessidades. A indústria está com a demanda muito fraca e isso tem se refletido no indicador Cepea-Esalq. O índice com pagamento em 8 dias caiu 1% na terça-feira (02/04) e está cotado a R$ 4,02 por libra-peso. Nos últimos 30 dias, a queda foi de 1,51%. A oferta global maior do que a demanda e incertezas macroeconômicas também pressionam as cotações internacionais. Pairam dúvidas sobre os rumos de diversas economias, principalmente a China. O governo chinês tem feito esforços para expandir a demanda doméstica e deve incentivar o setor financeiro a aumentar os empréstimos para a indústria manufatureira. O movimento baixista observado na Bolsa de Nova York desde a segunda quinzena de março também está atrelado ao fechamento de posições dos traders.
Em Santa Catarina, há registro de negócios destinados à indústria local, sempre com o preço Esalq fixado para o dia do faturamento. Essa é uma tendência conservadora do mercado em momentos como o atual. Como o indicador Esalq está caindo, a pressa é do produtor de carregar rápido. Muitos produtores ainda têm lotes disponíveis da safra atual (2023/2024). No momento, os produtores estão mais flexíveis para negociar o algodão pois querem liquidar o produto antes da entrada da próxima safra. A nova produção deve chegar ao mercado a partir de julho e a tendência é de os agricultores correrem antes que o produto atual sofra ainda mais desvalorização. O problema é que a maior parte do algodão tem problema de contaminação. O produtor vai ter que baixar ainda mais o preço para encontrar comprador. As indústrias que precisam de algodão fino têm comprado no Indicador Esalq porque o produto está escasso.
Para a próxima safra, estão saindo alguns negócios. Mas, as incertezas geopolíticas têm levado o mercado a uma postura mais cautelosa. As vendas têm sido realizadas com o preço Esalq a fixar. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília confirmou a previsão de uma safra recorde para o Brasil na safra 2024/2025. O País vai produzir 3,34 milhões de toneladas, cerca de 3% a mais em relação à estimativa para a safra 2023/2024, de 3,24 milhões de toneladas. A expectativa de maior produção se deve a um aumento esperado de 12,7% na área plantada, que deve atingir 1,87 milhão de hectares. O Brasil deve exportar 2,29 milhões de toneladas no próximo ciclo, queda de 4,5% ante o ciclo anterior. A previsão para consumo doméstico é de 762 mil toneladas, alta de 1,46% em relação à temporada anterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.