01/Apr/2024

O ritmo de negociações de algodão no mercado interno é lento. A volatilidade dos preços na Bolsa de Nova York, onde os contratos futuros cederam influenciados pela retração do petróleo, pelo fortalecimento do dólar ante as principais moedas e atenção quanto ao relatório de plantio nos Estados Unidos, tende a retrair os agricultores que ainda têm produto disponível. Mas, com a proximidade do fim da safra, os produtores brasileiros tendem a voltar ao mercado para negociar aos poucos. O setor produtivo teme novas quedas na Bolsa de Nova York. Faltam dois meses da próxima safra, o produtor vai desovar o algodão e o mercado terá mais liquidez.

As exportações também estão desaquecidas, sem novas vendas para abril e maio. Tradings não estão fazendo novos negócios e aproveitam o fim da safra para embarcar o que foi comprado entre janeiro e fevereiro. Segundo a consultoria Artigas do Brasil, o Brasil exportou 125 mil toneladas nas três primeiras semanas de março e precisará embarcar 240 mil toneladas até o início da próxima safra, por volta de julho, para evitar um aumento nos estoques. Cerca de 12% da safra de 2023 ainda está nas mãos dos produtores. O mercado também pode se aquecer com a volta das tradings em busca de lotes para exportação neste início de abril. Nesse caso, os preços podem até subir.

Hoje, o Brasil é o único player global que ainda tem algodão disponível. Em relação à safra futura, com a oscilação na Bolsa de Nova York, as indústrias estão comprando com base no Indicador Cepea/Esalq, sem conseguirem fixar preços para o segundo semestre, quando o produto estará disponível. Neste período de final de safra, o mercado está muito pequeno, todos estão comprados até junho e julho. A StoneX manteve sua estimativa de produção e exportação de algodão do Brasil na safra 2023/2024 em 3,33 milhões de toneladas. No caso das exportações, o volume estimado é de 2,5 milhões de toneladas. A demanda doméstica deve ser de 680 mil toneladas. Os estoques de passagem podem alcançar 2,31 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.