13/Mar/2024
Apesar de as vendas de manufaturados terem sido um pouco mais aquecidas ao longo de fevereiro, os compradores estão afastados das compras de novos lotes de pluma no mercado spot neste começo de março. Diante disso, a liquidez está lenta, o que, somada às oscilações nos valores externos da pluma, mantêm os preços internos do algodão enfraquecidos. A menor movimentação é acentuada pelo desacordo entre compradores e vendedores, ora quanto à qualidade do algodão ora quanto ao preço ofertado. Dessa forma, os comerciantes têm dado preferência em realizar negócios “casados” e/ou em novas aquisições para o cumprimento de contratos a termo. Nesse cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, apresenta baixa de 1,67% nos últimos sete dias, a R$ 4,26 por libra-peso. Na parcial de março, o Indicador registra queda de 2,38%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,55 por libra-peso (91,47 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,56 por libra-peso (91,68 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente a pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos estão em alta, influenciados pela valorização do petróleo e pelo enfraquecimento do dólar frente a importantes moedas. Nos últimos sete dias, o vencimento Maio/2024 tem avanço de 0,51%, a 95,06 centavos de dólar por libra-peso; Julho/2024, 1,04%, a 94,34 centavos de dólar por libra-peso; e Outubro/2024, 1,03%, para 86,58 centavos de dólar por libra-peso. Vale considerar que o contrato Março/2024 se encerrou no dia 6 de março, a 95,28 centavos de dólar por libra-peso, com recuo de 6,18% entre 29 de fevereiro e 6 de março. Em relatório divulgado nesta terça-feira (12/03), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a área nacional de algodão na safra 2023/2024 deve somar 1,936 milhão de hectares, 16,3% acima da temporada 2022/2023 e alta de 3,12% frente aos dados de fevereiro/2024. A produtividade brasileira teve reajuste positivo de 5% frente ao estimado no mês passado, mas ainda pode ser 3,6% menor que a da safra anterior, em 1.839 Kg por hectare. Assim, a produção no Brasil pode crescer 8,27% no comparativo mensal e 12,2% em relação à temporada 2022/2023, se consolidando como o maior volume já produzido na história (3,56 milhões de toneladas).
Essa elevação se deu especialmente pelos reajustes positivos para o maior Estado produtor do Brasil. Assim, a área cultivada em Mato Grosso aumentou 4,5% no comparativo mensal, passando para 1,409 milhão de hectares, sendo também 18,4% maior que a da safra 2022/2023. A produtividade, por sua vez, avançou 6,79% frente aos dados de fevereiro, mas ainda deve cair 2,5% quando comparada à safra passada, a 1.845 Kg por hectare. Com isso, a produção do Estado está projetada em 2,6 milhões de toneladas, elevações de 11,6% no comparativo mensal e de 15,5% frente à temporada 2022/2023. Dados divulgados no dia 8 de março pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam reajuste positivo de apenas 0,1% na produção global 2023/2024 de algodão frente ao estimado em fevereiro, mas retração de 2,8% em relação à safra 2022/2023, totalizando 24,593 milhões de toneladas. O USDA também aumentou o consumo mundial de algodão no comparativo mensal (+0,4%), para 24,591 milhões de toneladas, ficando 1,6% superior ao da temporada 2022/2023 e bem ajustado com a oferta global.
As importações mundiais estão previstas em 9,414 milhões de toneladas, apenas 0,8% superiores às apontadas no relatório anterior, com alta de significativos 14,7% no comparativo com a safra 2022/2023. No caso da China, houve reajuste positivo (7,5%) nas importações de pluma por mais um mês, chegando a 2,809 milhões de toneladas, ficando expressivamente acima das da temporada anterior (107%) e o maior volume desde a safra 2013/2024, quando as compras ficaram em 3,074 milhões de toneladas. As exportações globais, por sua vez, estão projetadas em 9,420 milhões de toneladas na safra 2023/2024, alta de 0,9% no comparativo mensal e crescimento de 17% frente à temporada anterior. Dessa forma, o estoque final global está previsto em 18,223 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, recuo de 0,8% frente ao estimado no mês anterior, mas alta de 0,9% em relação à safra passada. Para os Estados Unidos, especificamente, o USDA estimou estoque de 544 mil toneladas, respectivas quedas de 10,8% e 41,2% e o menor volume desde a temporada 2013/2014 (511,66 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.