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06/Mar/2024

Preço do algodão está em alta no mercado interno

A cotação interna do algodão em pluma subiu 9,46% no acumulado de fevereiro/2024, sendo a alta mais intensa em um mês desde julho/2023, quando o aumento foi de 9,73%. O avanço nos valores domésticos foi observado sobretudo na segunda quinzena de fevereiro, quando vendedores, atentos às fortes valorizações externas, passaram a ficar mais firmes nos preços de negociação. Além disso, a demanda interna pela fibra também se aqueceu ao longo do mês passado, com parte das indústrias mais ativa. Muitas indústrias precisaram ofertar valores maiores para conseguir atrair vendedores, especialmente para adquirir lotes de qualidade superior. Outra parcela das empresas seguiu utilizando a matéria-prima estocada e/ou de recebimento de contratos a termo, cautelosas em novas negociações, devido ao receio do repasse dos recentes aumentos aos manufaturados. No geral, a liquidez foi melhor em fevereiro, mas o desacordo de preço e/ou qualidade dos lotes limitou um movimento ainda maior.

Assim, no acumulado de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 9,46%, fechando a R$ 4,33 por libra-peso no dia 29 de fevereiro. Especificamente nos últimos sete dias, a elevação é de 2,15%. A média do Indicador em fevereiro ficou em R$ 4,14 por libra-peso, a maior desde abril/2023 (R$ 4,23 por libra-peso), sendo 4,28% acima da média de janeiro/2024, mas 18,31% inferior à de fevereiro/2023, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de janeiro/2024). Mesmo com o movimento de alta, o Indicador ficou, em média, 3,3% abaixo da paridade de exportação em fevereiro. Entre 31 de janeiro e 29 de fevereiro, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) foi de R$ 4,56 por libra-peso (91,73 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,57 por libra-peso (91,95 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Vale considerar que o mês de março abriu com a paridade de exportação no maior patamar desde o dia 9 de fevereiro de 2023. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos aumentaram com força em fevereiro, impulsionados pelo melhor desempenho das exportações norte-americanas, pelo aumento do valor do petróleo no mercado internacional e pela expectativa de menor estoque dos Estados Unidos. Entre 31 de janeiro e 29 de fevereiro, o vencimento Março/2024 se valorizou expressivos 19,24%, a 101,56 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2024 subiu 15,23%, a 99,57 centavos de dólar por libra-peso; Julho/2024, 12,21%, a 97,77 centavos de dólar por libra-peso; e Outubro/2024, somente 5,1%, para 85,70 centavos de dólar por libra-peso. Vale considerar que esses aumentos nos valores internacionais estimularam agentes a fixar preços nos contratos abertos e a realizar novos negócios.

Dados captados em fevereiro/2024 indicam que as comercializações para embarque ao mercado externo no curto prazo tiveram média de 90,95 centavos de dólar por libra-peso, considerando-se os valores FOB no Porto de Santos (SP), 6,9% acima do registrado em janeiro/2024 (85,09 centavos de dólar por libra-peso), ainda referente à pluma da safra 2022/2023. Para exportação envolvendo a próxima temporada 2023/2024, a média das informações captadas para o segundo semestre de 2024 foi de 84,62 centavos de dólar por libra-peso no mês passado, alta de 6,9% frente à média de janeiro/2023 (84,62 centavos de dólar por libra-peso). Dados divulgados no dia 1º de março pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estimam produção mundial da safra 2023/2024 em 24,308 milhões de toneladas, recuo de 0,71% frente às informações do início de fevereiro/2024 e baixa de 2,16% sobre as da temporada anterior. O consumo mundial de algodão, por sua vez, ficou praticamente estável de um mês para o outro, e um pouco maior que o da temporada 2022/2023 (+0,33%), para 23,755 milhões de toneladas.

Assim, o consumo pode ficar 2,27% inferior à oferta. Para a exportação mundial, projeta-se aumento de 12,5% frente à safra anterior, com reajuste positivo de 1,88% frente aos números divulgados no mês anterior, para 9,066 milhões de toneladas na temporada 2023/2024. Dessa forma, o estoque final deve somar 21,814 milhões de toneladas, com elevação de 2,77% em relação à temporada 2022/2023, mas recuo de 0,9% sobre os dados de fevereiro/2024. Para o Brasil, especificamente, o Icac estima produção recorde de 3,3 milhões de toneladas na safra 2023/2024, com o consumo interno previsto para chegar a 700 mil toneladas. As exportações brasileiras devem aumentar significativos 55,32% frente às da temporada 2022/2023, sendo o segundo maior volume da história. Nesse cenário, o estoque final deve ficar em 3,43 milhões de toneladas, 11,48% maior que o da safra anterior e também um recorde. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.